Chega diz que democracia transformou “corrupção fechada numa corrupção aberta”

O presidente do Chega defendeu hoje que a democracia transformou a “corrupção fechada” em “corrupção aberta”, alegando que os portugueses “sabem e sentem que têm uma classe política corrupta ou corrompida, capaz de vender os seus interesses”.

Chega diz que democracia transformou

Na sessão solene comemorativa do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974 e do 50.º aniversário da eleição da Assembleia Constituinte, o presidente do Chega, André Ventura, defendeu que, embora o Governo tenha prometido “combater a corrupção”, a perceção desse crime aumentou e que os portugueses não confiam nos seus governantes.

“Tornámo-nos um país em que os portugueses sabem e sentem que têm uma classe política corrupta ou corrompida, capaz de vender os seus interesses de decisão do país por interesses que são de terceiros. E era isto o que Abril deveria ter resolvido. Porque se é verdade, como dizia o deputado António Filipe, que foram anos e anos de corrupção, o que dizer dos 50 que lhes seguiram? Que a uma corrupção fechada transformou numa corrupção aberta”, atirou.

Ventura acrescentou que a uma “corrupção sem impunidade” seguiu-se uma “em que os condenados e os criminosos andam livremente pelo país a gozar com o dinheiro e a gozar com aquilo que fizeram”.

O líder do Chega começou o seu discurso por lembrar Celeste Caeiro, alegando que a mulher que distribuiu os cravos pelos militares “morreu abandonada na urgência de um hospital à espera de ser atendida”.

“Antes de celebrarmos o que é vazio, o que não interessa a ninguém, devíamos recordar olhos nos olhos aquela mulher e perceber que depois de tanto cravo, depois de tanta festa, morre sozinha numa urgência que não lhe deu resposta, num país que não lhe deu resposta”, criticou.

Para Ventura, Celeste é um “exemplo das Celestes do país inteiro” que “morrem nas urgências”, enquanto “chegam a um posto dos correios e veem tudo a sacar subsídios menos eles e os seus filhos”.

O líder do Chega abordou ainda as críticas às forças de segurança para lembrar o assassinato de um jovem em Braga, acrescentando que, quando um caso como esse acontece, “ninguém mexe uma palha neste país para o defender”.

Sobre imigração, Ventura alegou que a chegada migrantes está relacionada com o aumento do número de mulheres violadas, assediadas ou de crimes contra crianças, prometendo combate a esse tipo de práticas.

“Nós não aceitamos que outros venham para aqui objetificar as nossas mulheres, dizê-las que elas têm que se vestir ou como é que elas não têm que se vestir”, acrescentou.

Ventura lembrou também os retornados das antigas colónias, bem como os combatentes portugueses da guerra colonial, acrescentando que, enquanto o Chega estiver no parlamento, o país “nunca pagará um cêntimo de indemnização a nenhuma antiga colónia deste país”.

No fim, André Ventura citou Salgueiro Maia para dizer que o “25 de Abril não se celebra, o 25 de Abril cumpre-se”, afirmando que o Chega é que irá cumprir o propósito da revolução.

Durante o discurso, algumas dezenas de pessoas nas galerias juntaram-se à bancada do Chega nos aplausos de pé às palavras de Ventura.

TYRS // SF

By Impala News / Lusa

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