Chega quer juntar líderes da extrema-direita, Trump e Bolsonaro, em Lisboa
O líder do Chega confirmou hoje estar a organizar um “evento de grande dimensão” para juntar em Lisboa líderes da extrema-direita europeia e também os ex-Presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro e Donald Trump.
Em conferência de imprensa, em Lisboa, André Ventura indicou “os convites foram feitos quer ao ex-Presidente brasileiro, quer ao ex-Presidente norte-americano, Donald Trump“, bem como a “vários líderes da direita europeia”, entre os quais Santiago Abascal, do espanhol Vox, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que o Chega “gostava muito de ter em Portugal”. Questionado sobre quem já confirmou presença, o líder do Chega respondeu que “alguns líderes europeus” já o fizeram, mas escusou-se a revelar quais.
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Segundo Ventura, o Chega “está a organizar um evento de grande dimensão para o mês de maio, em Lisboa”, semelhante à Conferência da Ação Política dos Conservadores (CPAC, na sigla em inglês), considerada a mais importante reunião do movimento ultraconservador nos Estados Unidos da América. “A ideia era ser muito semelhante ao CPAC norte-americano”, com intervenções, conferências, momentos de interação e “comícios em alguns momentos com alguns líderes mais populares ou com maior mobilização”, referiu. André Ventura indicou que o evento de dois dias poderá decorrer em meados de maio, sendo aberto ao público em geral, mas não confirmou a data concreta, nem o local, a dimensão que terá, nem se o acesso vai ser feito mediante a compra de bilhete. Ainda assim, garantiu que a iniciativa “vai acontecer” e quer que tenha impacto “sobretudo a nível mundial”.
“A ideia era ser muito semelhante ao CPAC norte-americano”
Quanto ao objetivo, apontou a “definição de alianças e de articulação na luta contra o socialismo, quer na Europa, quer na América do Sul e os danos que está a causar ao mundo”. “Dentro de uma semana, uma semana e meia já poderemos ter detalhes, que eu não quero dar aqui por razões que me ultrapassam e que me foi expressamente pedido para não o fazer”, ressalvou. Questionado especificamente sobre o convite a Jair Bolsonaro – candidato que o Chega apoiou nas últimas eleições brasileiras – Ventura indicou que “os contactos já existiam” e “há uma vontade mútua de que isto ocorresse”. A possibilidade de Jair Bolsonaro vir a Portugal em maio para participar num evento do Chega foi noticiada pelo Correio da Manhã, na sua edição de quarta-feira.
Apesar de ainda não ter orçamento fechado, Ventura considerou que “um evento desta natureza e dimensão tem um custo financeiro, logístico, político e administrativo que para o Chega vai ser um desafio extraordinariamente grande”, antecipando que o partido vai financiar “uma grande parte”. “Nós temos que ser realistas e ver se conseguimos depois deste evento, mantê-lo nestes moldes, conseguir concretizá-lo mais vezes, e até ter um certo período habitual em que se pudesse realizar, todos os anos, ou de dois em dois anos. Mas esse é um teste que vamos fazer”, indicou. Aos jornalistas, André Ventura disse já ter informado o Governo e o Presidente da República da intenção de organizar este evento, afirmando que Marcelo Rebelo de Sousa lhe transmitiu que “está disponível a receber Jair Bolsonaro se ele o solicitar”, caso venha mesmo a Portugal.
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