Chega vai propor comissão parlamentar de inquérito aos dados do RASI
O Chega vai propor uma comissão de inquérito ao Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) e quer que o parlamento investigue se o Governo “tem tido interferência” nos dados que são divulgados, dos quais o partido diz desconfiar.
“Vamos pedir ao parlamento que faça uma investigação e, portanto, lançaremos uma comissão de inquérito sobre os RASI que têm vindo a ser publicados, porque esta ideia que todos os anos é publicada de que a criminalidade diminui não é consistente com as notícias que todos os dias nos chegam a casa”, anunciou André Ventura numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
O presidente do Chega indicou que esta comissão de inquérito “terá como objeto a investigação sobre a produção dos dados da criminalidade em Portugal, portanto dos vários relatórios do RASI” da “última década”. O partido quer que sejam identificados “os seus autores, a metodologia que tem sido utilizada e a sua divulgação”, investigando também “se o Governo tem tido alguma interferência na produção destes relatórios ou não”.
“Nomeadamente qual é o papel que os vários ministros da Administração Interna têm tido na produção destes relatórios e se tem ou não havido indícios de manipulação sobre isto”, acrescentou o presidente do partido de extrema-direita. De acordo com André Ventura, a proposta da constituição de uma comissão de inquérito vai ser entregue na Assembleia da República “até sexta-feira”.
Falando aos jornalistas depois de ter estado reunido com o Sindicato Nacional da Polícia e o Sindicato Unificado de Polícia, o presidente do Chega disse desconfiar “profundamente” dos dados que são apresentados quanto à criminalidade em Portugal e argumentou que vê também “sistematicamente a população a desconfiar destes relatórios”, mas ressalvou não querer “lançar suspeitas infundadas sobre nenhuma entidade”. Ainda assim, defendeu que “alguma coisa não está certa, ou os relatórios estão a ser manipulados ou os números são fabricados ou então as notícias estão a fazer extrapolações que não existem”.
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