China apela à não escalada dos combates na Ucrânia durante a cimeira dos BRICS
A China tem apelado regularmente a conversações de paz e ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, mas sem nunca ter condenado Moscovo pela sua invasão, iniciada em fevereiro de 2022, e paralelamente reforçando as relações bilaterais.
“A crise ucraniana está a arrastar-se”, afirmou Xi Jinping aos outros participantes na cimeira, de acordo com uma transmissão televisiva.
O responsável chinês instou ao respeito de “três princípios”, nos quais se incluem “não alargar o campo de batalha”, “não intensificar os combates” e “não provocar nenhuma das partes, de forma a acalmar a situação o mais rapidamente possível”.
Sobre a situação em Gaza, apelou igualmente ao fim dos combates.
“Temos de pressionar para um cessar-fogo o mais rapidamente possível, pôr fim à matança e fazer esforços incansáveis para alcançar uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana”, defendeu.
Na terça-feira, os Presidentes russo e chinês elogiaram a cooperação entre Moscovo e Pequim, no âmbito de um encontro à margem da cimeira dos BRICS, grupo das economias emergentes, naquele que foi o terceiro encontro entre os dois líderes em 2024.
Na ocasião, Putin afirmou a Xi Jinping que pretende “reforçar” ainda mais os laços com Pequim, que considera ser um “fator de estabilidade” na cena internacional, enquanto o líder chinês elogiou o seu homólogo russo pela solidez dos laços bilaterais num contexto internacional “caótico”.
Vladimir Putin abriu hoje a cimeira dos BRICS em Kazan, saudando a reunião como um sinal da emergência do “mundo multipolar” que espera que venha a confrontar o Ocidente.
Com esta cimeira, que termina na quinta-feira, o Presidente russo pretende também demonstrar o fracasso da política ocidental de sanções económicas e de isolamento diplomático contra o seu país, desde a invasão russa à Ucrânia.
A cimeira de Kazan é a primeira do grupo de economias emergentes após o seu alargamento de cinco para nove membros em janeiro.
Após a reunião em formato reduzido, os países BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia – sentar-se-ão à mesa com representantes de cerca de 20 Estados convidados para o evento, incluindo a Turquia, a Bolívia, a Venezuela e a Nicarágua.
No final da cimeira, os líderes dos BRICS adotarão uma declaração conjunta sobre uma série de questões globais, incluindo o conflito na Ucrânia.
O grupo BRICS, fundado informalmente em 2006 e que realizou a sua primeira cimeira em 2009, inclui países que representam cerca de um terço da economia mundial e mais de 40% da população global.
PL (MAV) // JH
By Impala News / Lusa
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