China e Guiné-Bissau formam “parceria estratégica” durante visita do PR guineense

O presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciaram hoje, num encontro, em Pequim, o elevar da relação bilateral entre os seus países para o estatuto de “parceria estratégica”.

China e Guiné-Bissau formam

Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, o líder chinês afirmou que as relações bilaterais entre a China e a Guiné-Bissau se “aprofundaram nos últimos anos” e que a confiança mútua política foi “reforçada”.

“A cooperação pragmática expandiu-se e a coordenação internacional [entre China e Guiné-Bissau] foi reforçada”, afirmou Xi.

O líder chinês disse que Pequim está disponível para enriquecer a parceria estratégica entre os dois países e ajudar a Guiné-Bissau a alcançar um melhor desenvolvimento nacional.

“A China está pronta para reforçar os intercâmbios amistosos com a Guiné-Bissau a todos os níveis, aumentar a partilha de experiências em matéria de governação e expandir a cooperação em áreas como agricultura, mineração, construção de infraestruturas e economia azul, sob a orientação da construção de alta qualidade da Iniciativa Faixa e Rota”, apontou.

Os dois países assinaram, em 2021, um memorando de entendimento no âmbito da Faixa e Rota.

Designado pelo Presidente chinês como o “projeto do século”, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.

A aproximação entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento das consultas políticas e cooperação no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos de circulação monetária, visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais. A Faixa e Rota envolveu também a fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.

Citado pela Xinhua, Xi disse que a China dá as boas-vindas à importação de produtos agrícolas de alta qualidade da Guiné-Bissau e encoraja as empresas chinesas a investirem no país africano, visando “ajudar a Guiné-Bissau a transformar o seu potencial de recursos em impulso de desenvolvimento”.

“A China está disposta a continuar a prestar apoio, dentro da sua capacidade, à construção interna da Guiné-Bissau e continuará a enviar os seus peritos em arroz e equipas médicas para ajudar a Guiné-Bissau a garantir a segurança alimentar e a saúde pública”, acrescentou.

Xi apelou às duas partes para reforçarem os intercâmbios e a cooperação nos domínios da educação e juventude para “aproximar os corações dos dois povos”.

“A China continuará a fornecer bolsas de estudo e oportunidades de formação para ajudar a Guiné-Bissau a cultivar mais talentos para o seu desenvolvimento nacional”, disse.

A China divide em 16 categorias os acordos de parceria que estabelece com países estrangeiros, que vão desde as parcerias “estratégicas” – o tipo mais comum, com pelo menos 80 países – até às parcerias “permanentes”, que descrevem laços mais estreitos com países como o Paquistão, Venezuela e Bielorrússia.

China e Guiné-Bissau estabeleceram relações diplomáticas em 1974′ mas estas foram interrompidas entre 1990 e 1998. Durante esse hiato, o Governo guineense reconheceu a República da China, ou Taiwan, como um Estado soberano, em detrimento da República Popular da China.

A construção de infraestruturas, a agricultura e as pescas aproximam Pequim e Bissau, num modelo de cooperação comum entre o país asiático e outras nações em desenvolvimento.

O programa de Sissoco Embaló na China inclui também um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e uma visita à estatal Aluminum Corporation of China, em Pequim.

Na quinta-feira, o chefe de Estado guineense viaja para Xangai, “capital” económica do país asiático, onde se vai reunir com representantes do governo local, visitar o Instituto de Pesquisa do grupo tecnológico chinês Huawei e a cidade universitária de Songjiang.

 

JPI // MLL

By Impala News / Lusa

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