China reforça regras para publicação de informações militares na Internet

A China vai impor novas regras que limitam a informação que pode ser partilhada sobre o Exército de Libertação Popular (ELP) na Internet, que poderão dificultar o acompanhamento do seu desenvolvimento e evolução

China reforça regras para publicação de informações militares na Internet

De acordo com uma circular emitida pelas Forças Armadas do país asiático, os “fornecedores de informações militares na Internet” serão proibidos, a partir de 01 de março, de “produzir, copiar, publicar ou divulgar” informações anteriormente não divulgadas, incluindo pormenores sobre sistemas de armamento e instalações militares.

As novas regras proíbem a publicação de informações que envolvam “segredos militares e de tecnologia de defesa nacional”, tais como “investigação e desenvolvimento, produção, testes, transporte, estado do equipamento e manutenção de armas e equipamento, [bem como] desempenho tático e técnico de armas e equipamento”.

Proíbe igualmente a divulgação de informações sobre a estrutura organizacional das forças armadas, a sua cadeia de comando, os comandantes anteriores e pormenores sobre unidades militares que não tenham sido divulgados oficialmente.

As regras, que também visam “informações militares falsas e a fuga de segredos militares na Internet”, foram adotadas pela Comissão Militar Central e pela Administração do Ciberespaço da China no sábado.

De acordo com especialistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, muitos utilizadores da Internet que seguem o ELP serviram como fonte de informações valiosas sobre o seu desenvolvimento, publicando fotografias de novos equipamentos, como caças e porta-aviões.

No entanto, as autoridades consideram agora que essas informações “põem em risco a segurança nacional” e podem tornar os dados sensíveis “vulneráveis à exploração por espiões estrangeiros”.

A nova diretiva proíbe igualmente a publicação de informações que “neguem ou ataquem a política de defesa nacional e a estratégia militar da China”, incluindo a “construção, desenvolvimento e utilização de forças nucleares estratégicas”.

A circular estabelece igualmente que os utilizadores das redes sociais que pretendam ser identificados como “contas militares” devem cumprir uma série de requisitos, incluindo o fornecimento de dados pessoais e o registo junto das autoridades militares e do ciberespaço.

Nos últimos anos, a China apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “atividades dos serviços secretos estrangeiros”.

Desde 2024, o ELP tem levado a cabo uma ampla campanha anticorrupção que resultou no despedimento de pelo menos nove generais e de vários executivos da indústria da Defesa.

 

JPI // VQ

By Impala News / Lusa

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