Coletes amarelos: França pede “respeito” a Itália após manifestação de apoio a ‘coletes amarelos’
A ministra dos Assuntos Europeus de França, Nathalie Loiseau, pediu hoje “respeito” ao Governo de Itália, depois de na segunda-feira os dois vice-primeiros-ministros italianos terem manifestado apoio ao movimento dos ‘coletes amarelos’.
“Penso que a prioridade do Governo italiano é tratar do bem-estar do povo italiano, não estou certa de que interessar-se pelos ‘coletes amarelos’ tenha algo a ver com o bem-estar do povo italiano”, disse a ministra a jornalistas em Bruxelas.
“Ouvi muitas vezes o Governo italiano pedir respeito pela forma como governa Itália. Esse respeito é-lhe devido, como é devido a qualquer país, sobretudo quando somos vizinhos, aliados e amigos”, acrescentou.
Loiseau fez estas declarações à chegada a Bruxelas para uma reunião com os homólogos europeus. Questionada sobre se vai abordar a questão com o representante italiano na reunião, a ministra respondeu: “Falamos muito frequentemente, de muitas coisas, portanto naturalmente vamos falar disso também”.
Os dois líderes políticos do governo populista de Itália manifestaram na segunda-feira apoio aos ‘coletes amarelos’ de França, embora condenando a violência que marcou algumas das manifestações no país.
“Coletes amarelos, não desistam!”, escreveu o vice-primeiro-ministro e líder do movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi di Maio, num texto publicado no blogue do partido.
O outro vice-primeiro-ministro italiano, o líder da Liga (nacionalista), Matteo Salvini, afirmou por seu turno numa nota: “Apoio os cidadãos honestos que protestam contra um presidente que governa contra o seu povo”.
Milhares de pessoas envergando coletes amarelos têm-se manifestado em França desde 17 de novembro, um protesto que inicialmente exigia a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis e acabou por se ampliar a uma série de outras reivindicações.
Algumas dessas manifestações degeneraram em violência, com automóveis e contentores de lixo incendiados e confrontos com as forças policiais, que fizeram pelo menos 10 mortos e centenas de feridos.
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