O primeiro-ministro explicou hoje que insistiu para que a ministra da Administração Interna se mantivesse em funções para não perturbar a época de incêndios e “preparar a reforma” do sistema, mas disse respeitar os argumentos do pedido de demissão.

No debate quinzenal de hoje, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, foi muito crítica com a atuação do primeiro-ministro, António Costa, acusando-o de “falta de sentido de Estado” por ter mantido no cargo a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, “claramente enfraquecida” e “contra a sua expressa vontade”.

“Se insisti para que [a ministra] se mantivesse em funções é porque entendi que era essencial fazermos aquilo que era necessário fazer: Primeiro não perturbar o verão, apurar as responsabilidades que importava apurar e preparar a reforma que era muito claro que era necessário fazer em todo o sistema de prevenção e em todo o sistema de combate”, justificou.

António Costa foi perentório: “lamento que o ocorrido no último fim de semana tenha levado a professora Constança Urbano de Sousa a entender – por condições que eu respeito – que não poderia esperar pelo próximo sábado”.

No entanto, o primeiro-ministro fez questão de deixar claro que a ministra que hoje se demitiu deixou preparado aquilo que se vai discutir no Conselho de Ministros do próximo sábado.

“O primeiro-ministro tem o dever de ser solidário com os seus membros do Governo e não resolver facilmente um problema político culpabilizando um membro do Governo perante a primeira calamidade. Isso sim é que é passar culpas, isso sim é que teria sido esconder-me atrás da senhora ministra de forma a aliviar um problema político”, respondeu o chefe do executivo a Assunção Cristas.

Costa enfatizou ainda a “muita estima, muita consideração e amizade” que tem por Constança Urbano de Sousa.

 

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