Costa diz que UE continua empenhada no Acordo de Paris, após renúncia dos EUA

O presidente do Conselho Europeu insistiu hoje que a União Europeia vai “continuar empenhada” nos objetivos estabelecidos com o Acordo de Paris, dois dias após Washington ter anunciado uma nova saída do tratado.

Costa diz que UE continua empenhada no Acordo de Paris, após renúncia dos EUA

“Vamos continuar empenhados nos objetivos de desenvolvimento sustentável, no pacto para o futuro e no Acordo de Paris”, disse António Costa, perante os eurodeputados, em Estrasburgo, França.

No Parlamento Europeu (PE), o presidente do Conselho Europeu disse que a UE está empenhada em “todos os compromissos internacionais”, incluindo as decisões para debelar as alterações climáticas e as desigualdades.

O republicano Donald Trump foi empossado há dois dias e anunciou pouco depois que os Estados Unidos da América (EUA) iam deixar o Acordo de Paris de 2015, que estabeleceu objetivos para mitigar e adaptar os países às consequências das alterações climáticas.

O acordo também estipulou a necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e a pegada carbónica dos países, para tentar contrariar uma tendência já com consequências meteorológicas devastadoras para algumas regiões do planeta.

Aludindo às palavras de Donald Trump sobre um protecionismo norte-americano, o presidente do Conselho Europeu sublinhou que a UE “é um projeto para a paz, que é estável há décadas por valorizar as alianças que fez”, nomeadamente com os EUA, ressalvando a “interdependência económica” e importância de “sociedades integradas”.

No entanto, face à imprevisibilidade geopolítica internacional, o ex-primeiro-ministro português advogou que a UE precisa de assumir “uma responsabilidade maior sobre a sua defesa, autonomia estratégica e soberania”.

“Estamos no caminho para construir a União da defesa”, sustentou António Costa.

O presidente do Conselho Europeu também apontou para outras partes do planeta, já que em Washington a diretiva é o protecionismo.

“Uma vez que o mundo é multipolar, expressões como o sul global ou norte global não têm sentido. Na verdade, o mundo é plural, requer abordagens específicas e ainda mais energia e empenho da nossa parte”, completou.

António Costa apontou as cimeiras nos primeiros seis meses de 2025 com a África do Sul, países da Ásia central, Brasil e Japão como oportunidades para a UE reforçar parcerias que “avancem nos desafios de maneira coletiva e eficaz”.

AFE //CFF

By Impala News / Lusa

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