Costa diz que um aperto de mão vale mais do que muitas assinaturas
O primeiro-ministro desdramatizou a ausência de uma sessão formal de assinatura de acordos entre Governo e PSD perante os jornalistas, dando em alternativa um aperto de mão a Rui Rio para proporcionar “uma boa imagem”.
O primeiro-ministro desdramatizou hoje a ausência de uma sessão formal de assinatura de acordos entre Governo e PSD perante os jornalistas, dando em alternativa um aperto de mão a Rui Rio para proporcionar “uma boa imagem”.
No final das declarações conjuntas para anúncio dos acordos sobre descentralização e fundos comunitários, em São Bento, o presidente do PSD e António Costa foram interrogados sobre as razões de não ter havido um momento público de assinatura desses dois compromissos.
Rui Rio começou por falar em “decor” e António Costa referiu-se à ausência de uma mesa naquela sala do piso de entrada da residência oficial de São Bento.
No entanto, no momento seguinte, com um sorriso no rosto, o primeiro-ministro dirigiu-se ao líder social-democrata e disse: “Olhe uma boa imagem, um aperto de mão”.
“Vale mais do que muitas assinaturas”, completou António Costa, gerando risos na sala após o aparto de mão improvisado.
No plano político, o primeiro-ministro rejeitou que tenha dado “uma facadinha nas costas” dos parceiros parlamentares do Governo na sequência destes acordos com o PSD.
“Não devemos confundir os diferentes planos. Este Governo resulta do facto de o PS ter assinado posições conjuntas com o PEV, PCP e Bloco de Esquerda. É com base nessa solução parlamentar que este Governo existe e Governo”, acentuou.
Outro plano distinto, porém, segundo Costa, “é o que diz respeito a matérias que transcendem esta legislatura”.
“Como consta do programa do Governo, é da maior importância que esses acordos sejam o mais alargados possível. No programa do Governo até está previsto que os programas nacionais de investimento em grandes infraestruturas devem ser votado na Assembleia da República, desejavelmente, com uma maioria de dois terços. Decidir fazer um caminho-de-ferro, ou um aeroporto são obras para o próximo século e que devem merecer um largo consenso político”, alegou.
Perante os jornalistas, o primeiro-ministro voltou a defender a tese de que a democracia “é por natureza o regime de compromisso”.
“Temos de perceber quais as matérias em que deve haver entendimento e outras em que é normal a existência de divergência, mantendo cada um a sua própria identidade de forma a assegurar aos portugueses a liberdade de escolha em relação à melhor solução de Governo em cada momento”, disse.
Mas António Costa foi ainda mais longe: “Não é pelo facto de termos assinado estes dois acordos que deixamos de ter identidade própria”.
“O dr. Rui Rio lidera a oposição e eu o Governo. Nada disso mudou com este acordo”, acrescentou.
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