Covid-19: Enfermeiros da Guarda consideram prémio discriminatório
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses denunciou hoje, na Guarda, que a atribuição de prémios de desempenho aos profissionais pela resposta à pandemia é discriminatória e exige outras medidas ao Governo.
O SEP realizou hoje, durante a manhã, uma concentração de enfermeiros, junto da urgência do Hospital Sousa Martins, na Guarda, para denunciar publicamente a situação que se verifica em todo o país.
Segundo Honorato Robalo, dirigente sindical do SEP, a ação de luta, com o mote “Fortalecer o Serviço nacional de Saúde (SNS), dignificar os enfermeiros”, foi realizada “tendo em conta a proposta discriminatória e provocatória do Governo, no que concerne ao prémio covid”, que foi criado para atribuição aos enfermeiros que estiveram, e continuam, na linha da frente do combate à pandemia.
O sindicalista referiu que no caso da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, “os enfermeiros foram discriminados e nem todos receberam” o referido prémio.
O SEP, que sempre se manifestou contra a atribuição do prémio, considera a situação injusta e apela ao Governo para que, em relação à avaliação dos profissionais, proceda à “atribuição de relevante a todos os enfermeiros, independentemente do serviço, tendo em conta a compensação do risco e a perigosidade no exercício da função” e promova a progressão na carreira.
Honorato Robalo, em declarações aos jornalistas, defendeu ainda, no caso da ULS da Guarda, que a tutela efetive os cerca de 80 enfermeiros que têm vínculo precário, alegando que “são necessários e fundamentais para o bom funcionamento do serviço”.
O dirigente nacional do SEP, Alfredo Gomes, referiu que a situação registada na Guarda acontece em todas as unidades do SNS.
Segundo o responsável, o prémio covid “é discriminatório porque é nitidamente uma medida populista para a opinião pública perceber que os profissionais de saúde estão a ser compensados, quando, na realidade, isso não acontece”.
Pelos critérios definidos pelo Governo, referiu que profissionais que trabalham no mesmo serviço “uns recebem e outros não” e “as pessoas sentem-se injustiçadas”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 6.254 pessoas dos 378.656 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Siga a Impala no Instagram