Covid-19: Instituições internacionais estão “confiantes no médio prazo”
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou hoje que as instituições económicas internacionais “estão confiantes no médio prazo”, apesar da recente revisão em baixa pela Comissão Europeia do crescimento económico nacional e europeu.
“As previsões da Comissão Europeia revelam aquilo que as previsões do Fundo Monetário Internacional [FMI] já tinham revelado há umas semanas, é que as instituições internacionais estão confiantes no médio prazo, foram surpreendidas positivamente em 2020 com uma queda da atividade menor que aquela que projetavam”, disse o responsável do banco central na assinatura de protocolo com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre serviços mínimos bancários, que decorreu hoje na sede do BdP, em Lisboa.
De acordo com o governador, “o ajustamento que houve nas previsões, em particular para Portugal, em 2021, significa que no final do ano de 2021 a atividade está, aliás, a um nível superior daquilo que era previsto pela Comissão Europeia no outono”.
A Comissão Europeia (CE) prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 4,1%, uma revisão em baixa da previsão de 5,4% feita em novembro, segundo as previsões macroeconómicas de inverno divulgadas na quinta-feira.
De acordo com os números, para 2022 a Comissão Europeia reviu em alta a expectativa de crescimento, subindo dos 3,5% apontados em novembro para uma previsão de 4,3%.
“É verdade que há uma revisão em baixa da taxa de crescimento de 2021, mas a revisão em alta da taxa de variação do PIB [Produto Interno Bruto] em 2020 é superior e em 2022 há uma revisão, de novo, em alta, da atividade”, referiu.
Para Mário Centeno, “a trajetória de recuperação, segundo todas estas previsões, materializa-se de forma ainda mais vincada do que em outubro”.
O Governo português espera atualmente uma subida do PIB de 5,4% este ano, de acordo com as previsões feitas aquando da apresentação do Orçamento do Estado de 2021 (OE2021), mas o ministro das Finanças já admitiu uma revisão do cenário macroeconómico, devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
O Banco de Portugal, de acordo com o Boletim Económico divulgado em dezembro, aponta para um crescimento económico de 3,9% este ano, no seu cenário base.
A Comissão Europeia também voltou a rever em baixa o ritmo da recuperação económica este ano na Europa, que “permanece nas garras da pandemia da covid-19”, estimando que a zona euro cresça 3,8% e a União Europeia 3,7%.
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