CP garante retomar reestruturação das tabelas salariais com novo Governo

A CP esclareceu que aumentos da massa salarial superiores a 4,7% precisam de autorização de um Governo em plenas funções e comprometeu-se a retomar o processo de reestruturação das tabelas salariais quando estiverem reunidas todas as condições.

CP garante retomar reestruturação das tabelas salariais com novo Governo

“Uma vez que as soluções implicam um aumento da massa salarial global superior a 4,7%, e que ultrapassam o limite estabelecido pelo Despacho n.º 1103-B/2025, do secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, qualquer decisão que ultrapasse esse limite, necessita de autorização tutelar, que neste momento não é possível conceder devido à atual situação de Governo em gestão”, esclareceu a CP — Comboios de Portugal, em resposta escrita à Lusa no domingo.

Os revisores da CP cumprem hoje uma greve convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) que, segundo a empresa, provocou a paralisação total da circulação de comboios entre as 00:00 e as 10:00.

Num comunicado assinado por 13 estruturas sindicais, os representantes dos trabalhadores dão conta de que houve uma reunião no sábado à tarde entre a CP e os sindicatos, na qual “o presidente da administração da CP informou todas as organizações sindicais de que o Governo não autorizou a administração a aplicar a última proposta” apresentada.

Segundo os sindicatos, trata-se de um “processo inédito”, já que a administração tinha apresentado uma contraproposta na quinta-feira para, dois dias depois, “dar o dito por não dito” e retirar essa proposta da mesa das negociações.

Em resposta à Lusa, a CP reafirmou o compromisso de retomar o processo de reestruturação das tabelas salariais “assim que estiverem reunidas todas as condições”.

Também em resposta à Lusa, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, confirmou que a proposta da empresa “não é enquadrável no âmbito das competências de um Governo em gestão”.

Segundo os sindicatos, a proposta da CP passava por um novo aumento a partir do mês de janeiro de 2025, a somar aos 34 euros aplicados por ato de gestão, de modo que seja reposta a diferença com o SMN — Salário Mínimo Nacional de 2018, um aumento variável em função de cada índice.

A empresa iria também aumentar em 4% todos os trabalhadores em dezembro de 2025, além de reduzir os tempos de permanência no primeiro índice para um ano, no segundo para dois anos, nos seguintes para três e no último para quatro, a partir de janeiro deste ano.

Os sindicatos adiantaram também que se mantém a greve convocada para os dias 07 e 08 de maio.

Segundo o SFRCI, a adesão à greve de hoje é de 100%, não tendo circulado qualquer comboio desde o início da paralisação às 00:00, lembrando que não foram definidos serviços mínimos.

O tribunal arbitral concluiu que “não se afigura adequado, ao abrigo dos critérios constitucionais e legais, a definição de serviços mínimos relativos à circulação das composições de transporte de passageiros, bem como à utilização das respetivas estruturas, por se tratar de uma greve de curta duração, de um dia apenas”, lê-se na decisão.

O coletivo de árbitros presidido por Jorge Bacelar Gouveia concluiu ainda que “não se reconhece que a circulação daquelas composições e a utilização das respetivas estruturas pudessem mostrar-se apta à satisfação de necessidades sociais impreteríveis, designadamente em matéria de acesso aos cuidados de saúde, às escolas e a serviços de segurança nesse concreto contexto, havendo outros meios alternativos de transporte”.

MPE (ALN/DD/SV) // JNM

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS