Cruz Vermelha Internacional procura 50.000 desaparecidos desde 2022 na Ucrânia
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está a tentar localizar cerca de 50.000 pessoas, a grande maioria soldados, que desapareceram na guerra entre a Rússia e a Ucrânia desde 2022, anunciou hoje a organização.
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O responsável pelos esforços de busca do CICV, Dusan Vujasanin, disse que o número de processos abertos de pessoas procuradas pela família “mais do que duplicou” desde fevereiro de 2024, “chegando a quase 50.000 hoje”.
“E esse número, infelizmente, continua a aumentar”, disse Vujasanin, citado pela agência francesa AFP a partir de Genebra, Suíça.
Segundo Vujasanin, mais de 90% dos desaparecidos são soldados.
O CICV, cuja principal missão é encontrar pessoas desaparecidas em conflitos, abriu o escritório da Agência Central de Rastreio (CTA, na sigla em inglês) para a guerra na Ucrânia em março de 2022, logo a seguir à invasão russa de 24 de fevereiro.
Nos últimos três anos, o gabinete recebeu mais de 63.000 notificações de famílias da Ucrânia e da Rússia à procura de um familiar, o que significa que o CICV localizou cerca de 13.000 pessoas até à data, explicou Vujasanin.
O número de notificações “infelizmente continua a aumentar exponencialmente”, afirmou.
Vujasanin disse que, em 2024, o CICV recebia entre 1.000 e 1.500 notificações por mês, mas o número aumentou recentemente para cerca de 4.500-5.000.
O aumento pode ser explicado pela intensificação do conflito em certas regiões, mas também por as famílias estarem agora mais conscientes das atividades do CICV, admitiu.
Em conformidade com as Convenções de Genebra sobre as regras da guerra, Moscovo e Kiev criaram, cada uma, um serviço nacional de informações responsável pela recolha, centralização e transmissão de informações sobre as pessoas à sua guarda.
Atuando como um intermediário neutro entre os dois países, o gabinete do CTA recolhe, centraliza e regista estas informações, transmitindo-as depois à parte interessada.
“Até à data, recebemos cerca de 16.000 notificações da Rússia e da Ucrânia sobre pessoas protegidas pelo inimigo (prisioneiros de guerra e civis) que caíram nas suas mãos”, afirmou Vujasanin.
“É esta informação que nos permite informar as famílias”, explicou.
Vujasanin disse que a busca pelos desaparecidos continuará após o fim da guerra.
“Continuamos determinados a apoiar as famílias durante o tempo que for necessário”, acrescentou.
Desconhece-se o número de baixas em quase três anos da guerra da Rússia contra a Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.
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By Impala News / Lusa
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