Deputado municipal do Chega em Lisboa renuncia a mandato após acusação de prostituição de menores
O deputado do Chega na Assembleia Municipal de Lisboa Nuno Pardal foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados, o que o levou a pedir renúncia de mandato autárquico, revelou hoje o próprio.
“Vou pedir renúncia de mandato, como é óbvio”, afirmou Nuno Pardal, que é também vice-presidente da Distrital de Lisboa do Chega.
Em declarações à agência Lusa, o deputado municipal do Chega confirmou a notícia de que foi acusado pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de prostituição de menores agravados, tal como avançado pelo jornal Expresso.
A decisão de renúncia de mandato autárquico em Lisboa é, segundo Nuno Pardal, “primeiro de tudo, para preservar a imagem do partido [Chega]”
“E, segundo, para eu tranquilamente poder tratar da minha defesa e demonstrar que estou inocente”, acrescentou.
“A única coisa que lhe posso dizer é que os factos que estão descritos, alguns, ou seja, os mais graves, não correspondem à verdade”, indicou à Lusa o deputado do Chega, recusando adiantar mais detalhes, uma vez que só teve acesso ao processo, incluindo a acusação do MP, na quarta-feira.
O eleito do Chega, porém, assegura: “Neste momento, a acusação, aquilo do qual eu sou acusado não corresponde à verdade”.
Nuno Pardal já contactou com o líder do grupo municipal do Chega, Bruno Mascarenhas, e com a direção nacional do partido, presidida por André Ventura: “Transmiti os factos, como é lógico, e disse o que é que iria fazer”.
A Lusa questionou o grupo municipal do Chega, que remeteu uma posição para a direção nacional do partido.
“Neste momento, o que menos importa é saber se eu continuarei ou não continuarei a ser militante”, apontou Nuno Pardal, referindo que a sua primeira preocupação é preservar o seu núcleo familiar e “tentar demonstrar” a sua inocência.
“Não quero implicar o partido em nada disto, porque isto não é um problema político, é um problema pessoal e, portanto, eu enquanto cidadão tenho logicamente direito à minha defesa e à minha presunção de inocência, principalmente”, declarou.
De acordo com o jornal Expresso, os dois crimes de prostituição de menores agravados a que Nuno Pardal está acusado pelo MP foram cometidos contra um rapaz de 15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre homossexuais.
“O arguido sabia que o assistente tinha 15 anos e era sexualmente inexperiente”, acusa o procurador Manuel dos Santos, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Cascais, citado pelo jornal Expresso, referindo que Nuno Pardal praticou sexo oral com o menor e, no fim, enviou um código através do MbWay para que o adolescente pudesse levantar 20 euros.
O caso terá sido denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor depois de terem tido acesso às mensagens do WhatsApp no telemóvel do filho.
SSM // JLG
By Impala News / Lusa
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