Descobertos 450 túmulos na cidade reconquistada de Izium, na Ucrânia
Cerca de 450 túmulos foram descobertos perto de Izium, cidade na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, recentemente reconquistada às forças russas, avançou hoje o assessor da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak.
“Este é apenas um dos locais de enterros em massa descobertos perto de Izium”, escreveu, numa mensagem publicada na rede social Twitter. “Durante meses, reinaram o terror, a violência, a tortura e os assassinatos em massa nos territórios ocupados”, acrescentou, apelando de novo aos apoiantes da Ucrânia para enviarem para o país armas, a fim de não deixar “as pessoas sozinhas com o Mal”.
Desde o início deste mês, a Ucrânia tem recuperado o controlo de vários milhares de quilómetros quadrados de território que tinham sido ocupados pelas forças russas graças a uma contraofensiva lançada em várias frentes. As maiores conquistas foram obtidas na região de Kharkiv, na fronteira com a Rússia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou na quarta-feira Izium, uma cidade que contabilizava, antes da guerra, cerca de 50.000 habitantes, mas que foi palco de combates e muitas baixas na primavera passada, tendo sido tomada pelo exército russo, que a tornou um ponto estratégico para abastecimentos. A região foi, no entanto, reconquistada pelo exército ucraniano na semana passada.
Zelensky anunciou na quinta-feira à noite a descoberta do que descreveu como uma “vala comum” em Izium, sem dar detalhes sobre o número de pessoas enterradas ou as causas das mortes. Um responsável da polícia regional, Serguiï Botvinov, adiantou ao canal de televisão Sky News que algumas das vítimas foram mortas por balas, enquanto outros morreram em bombardeamentos.
A cidade de Izium estava, na semana passada e de acordo com a agência francesa de notícias AFP, devastada pelos combates, com casas e edifícios públicos destruídos e restos de veículos blindados espalhados pelas estradas. As forças russas têm sido acusadas pela Ucrânia de numerosos abusos nos territórios que ocupam, em particular em Busha, uma cidade nos arredores de Kiev, de onde se retiraram no final de março e onde foram encontrados centenas de cadáveres de civis executados. A Rússia nega ter cometido esses abusos.
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