Desigualdade dos rendimentos entre ricos e pobres alcançou nível recorde
A desigualdade do rendimento médio no Brasil alcançou um nível recorde em 2018, com 1% dos mais ricos a ganharem 34 vezes mais por mês do que metade da população mais pobre, revelam dados do Governo brasileiro divulgados hoje.
A desigualdade do rendimento médio no Brasil alcançou um nível recorde em 2018, com 1% dos mais ricos a ganharem 34 vezes mais por mês do que metade da população mais pobre, revelam dados do Governo brasileiro divulgados hoje.
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De acordo com a agência espanhola de notícias EFE, os dados mostram que a concentração do rendimento voltou a crescer em 2018 na maior economia da América do Sul, depois de permanecer praticamente estável duantes os dois anos anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo esses cálculos, o 1% mais rico da população brasileira obteve um rendimento médio mensal de 27.744 reais (pouco mais de 6.000 euros), enquanto que 50% dos mais desfavorecidos se ficou pelos 820 reais (cerca de 180 euros).
Esta diferença é a maior registada desde o início desta recolha estatística, cuja série histórica começou em 2012.
Estes números, assinala o IBGE, apontam que cerca de 10% da população brasileira (cerca de 21 milhões de pessoas) concentrem 43,1% da massa total de rendimentos do país, enquanto os 10% mais pobres apenas representam 0,8% dos rendimentos totais.
O IBGE diz ainda que o 1% de brasileiros mais ricos viu crescer os seus rendimentos 8,4% em 2018 face a 2017 e que 5% dos mais pobres viram cair o seu rendimento cerca de 3,2% no mesmo período, para os 153 reais (pouco mais de 33 euros) medio por mês.
“Definitivamente, os mais pobres ficaram mais pobres e os mais ricos enriqueceram mais”, resumiu Maria Lúcia Vieira, dirigente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, responsável pelos dados.
Na opinião de Maria Lúcia Vieira, a maior concentração do rendimento está relacionada com a crise no mercado de trabalho, que regista uma taxa de desemprego de 11,8%, o equivalente a 12,6 milhões de pessoas.
Deste modo, refere, os mais afetados foram os trabalhadores com menos habilitações. “Quando as pessoas perdem os seus trabalhos, buscam outras ocupações em que consigam ter alguma remuneração. Se for um momento em que a procura de trabalho é maior que a oferta, as pessoas acabam por aceitar trabalhos com remunerações mais baixas”, enfatizou.
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