Dois jornalistas da Reuters acusados de violação de segredos de Estado na Birmânia

Dois jornalistas da agência Reuters foram hoje formalmente indiciados por violação de “segredos de Estado” no âmbito de uma investigação sobre a situação no oeste da Birmânia, onde o exército é acusado de “limpeza étnica” contra a minoria rohingya.

Dois jornalistas da Reuters acusados de violação de segredos de Estado na Birmânia

Dois jornalistas da agência Reuters foram hoje formalmente indiciados por violação de “segredos de Estado” no âmbito de uma investigação sobre a situação no oeste da Birmânia, onde o exército é acusado de “limpeza étnica” contra a minoria rohingya.

“Nós pedimos a sua libertação sob fiança, mas o procurador rejeitou”, explicou o advogado dos jornalistas, Khin Maung Zaw, à agência de notícias francesa AFP, após a decisão do tribunal de Rangum, que deve realizar nova audiência no próximo dia 23.

Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram detidos em 12 de dezembro por terem adquirido “documentos secretos importantes” de dois polícias.

Os agentes em causa trabalhavam no estado de Rakhine, onde abusos amplamente atribuídos aos militares levaram mais de 650.000 muçulmanos da minoria rohingya a fugir para o vizinho Bangladesh desde o final de agosto.

As acusações são puníveis com até 14 anos de prisão.

As Nações Unidas, a União Europeia ou os Estados Unidos, extremamente preocupados com os atentados à liberdade de imprensa apesar da chegada ao poder de um governo civil liderado de facto pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, têm lançado constantes apelos à libertação dos dois jornalistas birmaneses.

 

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