Dois principais chefes da polícia da Coreia do Sul detidos devido à lei marcial
Os dois principais chefes da polícia foram detidos pelo papel na breve imposição da lei marcial por parte do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, na semana passada, anunciou a polícia
As forças de segurança sul-coreanas disseram que o comissário-geral da agência de polícia sul-coreana, Cho Ji-ho, e o chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, Kim Bong-sik, estavam detidos na esquadra de Namdaemun, na capital.
Os dois dirigentes policiais estão a ser investigados pelo papel no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir os deputados de entrar no parlamento para suspender a lei marcial, anunciada abruptamente na noite de 03 de dezembro.
O anúncio surgiu horas antes de o principal partido da oposição, o liberal Partido Democrático, apresentar uma nova moção para destituir o conservador Yoon, que no sábado escapou por pouco a uma primeira tentativa.
O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum. Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon se ia retirar para deixar a governação ao PPP e ao primeiro-ministro.
A oposição, que acusou o PPP de um “segundo golpe” de Estado, vai tentar novamente destituir o Presidente a 14 de novembro.
Também o ex-ministro da Defesa sul-coreano foi formalmente detido, na terça-feira.
O Ministério da Justiça proibiu Yoon e oito pessoas de saírem do país, uma vez que as autoridades os consideram suspeitos no caso da lei marcial, sendo a primeira vez que um Presidente em exercício na Coreia do Sul é alvo de uma proibição de viajar.
Os procuradores têm até 20 dias para decidir se acusam Yoon ou não. A condenação por rebelião implica uma pena máxima de morte.
O ex-ministro da Defesa foi a primeira pessoa a ser detida no âmbito deste processo, tendo sido acusado de ter recomendado a lei marcial a Yoon e de ter enviado tropas para a Assembleia Nacional para impedir os deputados de a votarem.
Um número suficiente de deputados conseguiu finalmente entrar numa câmara do parlamento e rejeitou por unanimidade o decreto de Yoon, obrigando o Governo a levantá-lo antes do amanhecer de dia 04.
Na terça-feira, Kim renunciou a uma audiência no tribunal, destinada a questão da emissão do mandado, dizendo, através do advogado, que pedia desculpa por ter causado grande ansiedade e incómodo ao povo.
Durante um interrogatório, Kim terá admitido que propôs a lei marcial a Yoon, mas afirmou não ser uma ação ilegal nem inconstitucional.
Embora o Presidente tenha imunidade contra processos judiciais enquanto estiver em funções, tal não se estende a alegações de rebelião ou traição.
VQ (JSD/PFT) // EJ
By Impala News / Lusa
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