Eleições da Constituinte foram “o segundo grande 25 de Abril” — Inácia Rezola

A historiadora Maria Inácia Rezola considera as eleições para a Constituinte, em 1975, “o segundo grande 25 de Abril”, e são uma lição sobre a importância, ainda hoje, do voto em democracia.

Eleições da Constituinte foram

As eleições para a Assembleia Constituinte, em 25 de abril de 1975, as primeiras eleições livres em Portugal depois de 48 anos de ditadura, escolheram os deputados que fizeram, no ano seguinte, a Constituição Portuguesa e tiveram uma participação recorde de 92% dos eleitores.

Esse é um dos temas centrais das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos em 2025, incluindo a exposição “Haverá Eleições. 50 anos das eleições para a Assembleia Constituinte”, que serão apresentadas na quinta-feira, em Lisboa, pela comissária Maria Inácia Rezola, .

As eleições em 25 de abril 1975, segundo afirmou em entrevista à agência Lusa, representam “o segundo grande 25 de Abril”, uma votação em que participaram 92% dos eleitores.

“É uma lição da importância que o voto tem nas democracias, teve e ainda tem, da importância que lhe foi dada em 1975. O que nos leva a pensar, a refletir, de como temos que ampliar a participação eleitoral ainda hoje em dia e como nos podemos e devemos envolver na prática democrática atualmente”, disse.

As comemorações, disse, podem ser uma forma de “por mais gente” a ter interesse na democracia, incluindo os jovens.

Apesar a distância de quase 50 anos, Maria Inácia Rezola afirmou que se podem “tirar lições” do que aconteceu em 1974 e 1975 quando os portugueses, “pouco dados a estas mobilizações populares, ao empenhamento na causa pública”, quiseram “participar na construção do novo Portugal, como se dizia então”.

“Podemos recuperar esse espírito e ver até que ponto é que podemos sensibilizar os jovens para a importância de se envolverem, para o facto de que eles têm voz e que eles têm poder”, disse a comissária, realçando os bons resultados de duas campanhas da comissão nas redes sociais.

A primeira, foi #Naopodias, em torno das proibições durante a ditadura, e a segunda #Tenspoder para chamar a atenção dos mais jovens para “o poder que a democracia e liberdade lhe trouxeram”.

Desde 2022, a comissão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril desenvolveu mais de 300 iniciativas, incluindo exposições, colóquios, edições, espetáculos, arte pública, concursos, campanhas e dossiês digitais. Só em 2024, foram mais de 150 iniciativas, próprias e em parceria.

As comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril começaram em 2022 e prolongam-se até 2026, ano em que passam cinco décadas sobre as primeiras eleições legislativas livres.

*** Por Nuno Simas (texto), António Pedro Santos (fotos) e Rui Pereira (vídeo), da agência Lusa ***

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By Impala News / Lusa

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