Enfermeiros foram hoje à praia sensibilizar população para problemas do SNS

Munidos de água, t-shirt e boné, enfermeiros portugueses foram hoje à praia em Santo Amaro de Oeiras para transmitirem à população os problemas da classe e alguns conselhos para enfrentar o sol.

Enfermeiros foram hoje à praia sensibilizar população para problemas do SNS

A ação foi do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), com representantes que passaram a manhã junto ao areal para distribuir panfletos com informação sobre as razões da luta destes profissionais: “A falta de condições no Serviço Nacional de Saúde e o investimento que é necessário fazer”.

De acordo com Isabel Barbosa, dirigente do SEP, estima-se que faltem cerca de 20.000 enfermeiros no SNS para responder às necessidades do serviço. “É preciso criar condições para estes profissionais, para os conseguir atrair e fixar nos serviços que são necessários”, disse a dirigente sindical à agência Lusa. Os enfermeiros pretendem que sejam contabilizados todos os pontos necessários para progressão nas carreiras, alegando que ainda não conseguiram recuperar dos efeitos do congelamento desde a crise que levou à intervenção da ‘troika’ em Portugal.

Querem também uma carreira, com harmonização, para todos os profissionais, independentemente do vínculo laboral. “É essencial este serviço público, mostrou a sua importância muito recentemente”, defendeu Isabel Barbosa, numa alusão ao trabalho desenvolvido no combate à pandemia de covid-19. As questões relacionadas com a contagem dos pontos para efeitos de progressão na carreira têm estado em negociação entre os sindicatos e o Ministério da Saúde.

De acordo com Isabel Barbosa, há já um compromisso, mas “ainda não está vertido em diploma”, pelo que o SEP entende que deve continuar a “fazer pressão”. “Já são alguns anos de luta”, desabafou. Questionada sobre o principal problema que os enfermeiros enfrentam no dia-a-dia de trabalho, Isabel Barbosa identificou a falta de profissionais, defendendo a contratação de mais enfermeiros, por forma a responder a “ritmos alucinantes de trabalho” e a evitar “ausências forçadas”.

Há também uma “grande rotatividade” nas equipas de trabalho, uma vez que os enfermeiros vão procurando melhores condições, disse. “Tudo está interligado. Neste momento é preciso criar condições de trabalho e uma carreira digna para que os enfermeiros possam ser atraídos para o serviço público”, afirmou. Nas abordagens a quem passava pela marginal junto à praia de Santo Amaro, os enfermeiros foram dando conselhos sobre os riscos da exposição ao sol, distribuindo água e bonés, juntamente com um folheto em que escreveram “A nossa luta é a luta de todos”.

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