Ergue-te quer desmantelar UE “a partir de dentro” e cortar financiamento à igualdade de género

O Ergue-te defende o desmantelamento da União Europeia “a partir de dentro” para construir um “bloco de pátrias livres” e também o corte de financiamento à promoção da igualdade de género.

Ergue-te quer desmantelar UE

O Ergue-te, cuja candidatura ao Parlamento Europeu é liderada pelo antigo juiz Rui Fonseca e Castro, avança para estas eleições para o Parlamento Europeu sob o lema “Um Bloco Europeu contra União Europeia”.

Este novo modelo para os países europeus, defende o partido nacionalista de extrema-direita no seu programa para as eleições europeias, vai partilhar “uma matriz civilizacional comum e onde a identidade de cada qual é preservada”, em vez do que dizem ser uma UE que “amordaça as nações e os povos europeus num federalismo artificial e forçado que os sufoca”.

“Vamos a eleições pois queremos colaborar no desmantelamento da ‘União’ a partir de dentro e substituí-la por um bloco de pátrias livres que dê resposta aos desafios do presente e do futuro, e que se defenda contra as diversas formas de superpoderes mundiais”, explica o partido no programa.

O Ergue-te defende também a abolição do Tratado de Lisboa, a renegociação com a UE para o fim de “quotas de produção nacional, em matéria de agricultura e pescas”, a renegociação de fundos europeus para serem canalizados para a produção nacional e a aposta na ferrovia.

No campo da transparência, o programa do Ergue-te propõe “impedir a implementação do dinheiro digital e a supressão do dinheiro papel”, a a acumulação do cargo de deputado europeu com outra atividade profissional e a prestação de contas, trimestralmente, na Assembleia da República e à comunicação social por parte dos eurodeputados.

O partido dedica também parte do seu programa ao tema “identidade, imigração e islão”, no qual defendem a reversão dos fluxos migratórios, a repatriação do que definem como “imigrantes subsidiodependentes, criminosos, ilegais e que sejam inadaptáveis” e a proibição da construção de novas mesquitas.

No programa, o Ergue-te defende a reformulação dos programas de cidadania, o combate à interrupção voluntária da gravidez, o fim do casamento entre pessoas do mesmo sexo e o corte do financiamento à promoção da igualdade de género.

Em matéria de defesa, o Ergue-te propõe a criação de forças armadas europeias, a reposição do serviço militar obrigatório “para portugueses de raiz” e o investimento na inovação na indústria bélica.

Nas últimas eleições europeias, o Ergue-te concorreu ainda com o seu nome antigo, Partido Nacional Renovador, tendo reunido 16.163 votos, o equivalente a 0,49% do total.

O candidato do Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, popularizou-se em 2020, durante a pandemia, pelas suas posições negacionistas da covid-19, que lhe valeram um processo do Conselho Superior de Magistratura que resultou na sua expulsão.

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