EUA e Austrália impõem novas sanções no aniversário do golpe militar em Myanmar
Os Estados Unidos e a Austrália impuseram uma nova série de sanções contra a junta militar no poder em Myanmar (antiga Birmânia), no terceiro aniversário do golpe de Estado que derrubou o Governo
Num comunicado, o subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira norte-americano sublinhou o “compromisso de privar o regime militar dos recursos de que necessita para realizar os seus ataques contra o seu próprio povo”.
Brian E. Nelson disse que o objetivo era reduzir o abastecimento de combustível e obrigar o exército de Myanmar a parar os bombardeamentos contra a população.
“Desde o golpe, o regime militar levou a cabo uma campanha de violência e repressão e realizou bombardeamentos que mataram centenas de civis”, acrescenta o comunicado dos EUA.
Também a Austrália anunciou hoje novas sanções contra cinco entidades ligadas à junta militar, para “limitar o acesso do regime a fundos e materiais que lhe permitem continuar a cometer atrocidades contra o seu próprio povo”.
“Estas sanções são uma resposta à contínua repressão do regime contra o povo birmanês, à escalada da violência e à contínua deterioração da situação política, humanitária e de segurança”, sublinhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros australiano.
O país oceânico destacou a sua “profunda preocupação” com as ações cometidas pelo regime militar, que acusou de desprezar a procura de uma solução para a crise, e abriu a porta a outras rondas de sanções no futuro.
As sanções dos EUA abrangem o grupo empresarial Shwe Byain Phyu (SBPG) e a Myanma Five Star Line Company, ligados à Myanma Economic Holdings Public Company Ltd, já sancionada desde março de 2021, por ajudarem o exército a obter moeda estrangeira e petróleo.
O Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros do Departamento de Estado dos EUA impôs ainda sanções a quatro cidadãos de Myanmar ligados a estas empresas, assim como a duas dezenas de outras pessoas.
Já as sanções da Austrália abrangem dois bancos, o Myanmar Foreign Trade Bank e o Myanmar Commercial and Investment Bank, e três empresas que fornecem combustível de aviação ao exército de Myanmar.
O corte do fornecimento de combustível à junta militar no poder em Myanmar tem sido um dos apelos habituais das organizações de direitos humanos desde o golpe de Estado, em 01 de fevereiro de 2021.
Na quarta-feira, duas organizações não governamentais, a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional, acusaram a junta de realizar cada vez mais ataques aéreos ilegais e a violar a imposição de sanções usando estratagemas para obter armas e combustível para manobras militares.
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By Impala News / Lusa
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