Europeias: PCP reconhece “resultado aquém das necessidades” mas critica “deturpações”

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reconheceu hoje que o resultado eleitoral da CDU nas europeias de domingo ficou “aquém das necessidades” mas considerou que o partido foi alvo de “menorização e deturpação dos seus posicionamentos”.

Europeias: PCP reconhece

“O resultado eleitoral ficou aquém das necessidades mas possibilita a intervenção de um deputado do PCP e dessa forma a garantia que a voz dos trabalhadores, dos homens, das mulheres, dos reformados, a voz da paz continua a estar presente no Parlamento Europeu”, afirmou Paulo Raimundo, numa conferência de imprensa na sede nacional do PCP, em Lisboa.

Após uma reunião do Comité Central dos comunistas, que visava analisar os resultados nas eleições europeias de domingo e a “situação política e social”, Paulo Raimundo defendeu que a CDU (coligação que juntou PCP e Partido Ecologista “Os Verdes” e a associação política Intervenção Democrática) “foi a candidatura de coragem, que enfrentou a menorização, a deturpação dos seus posicionamentos, enfrentou os vaticínios recorrentes e permanentes sobre o seu desaparecimento” — algo que não se verificou “para azia de uns poucos”.

No domingo, a CDU conseguiu eleger o comunista João Oliveira para o Parlamento Europeu, mas perdeu um mandato e teve o seu pior resultado de sempre em eleições europeias.

O secretário-geral comunista saudou “a coragem” de quem votou na CDU, afirmando que estes eleitores conseguiram “ver para lá das cortinas de fumo, das manipulações e da promoção do preconceito”.

“Saudamos também todos os que se sabem e já se aperceberam que a luta contra a extrema-direita e as forças reacionárias e antidemocráticas não se faz com ‘slogans’, mas com a efetiva resposta às dificuldades pelas quais passam a larga maioria dos trabalhadores e do povo”, afirmou.

Raimundo disse que não estava em causa “transformar derrotas em vitórias” e afirmou que os comunistas não têm a “pretensão de fazer sempre as coisas bem”, mas ressalvou que o sufrágio ocorreu num quadro político diferente do de 2019, no qual o partido elegeu dois eurodeputados, de “vaticínio de desaparecimento”.

“Não pedimos desculpa por aquilo que afirmámos e isso foi muito positivo”, acrescentou, considerando que o partido foi para a campanha “para o embate difícil, o confronto político e ideológico”.

Paulo Raimundo acrescentou ainda que “apesar de tudo, há ali avanço ligeiro face às legislativas do ponto de vista percentual”, rematando: “Nesta altura agarramo-nos a tudo”.

O comunista insistiu que, no que toca ao conflito na Ucrânia, o PCP desde 2014 tem uma posição de defesa da paz, lamentando que “os tempos sejam muito contraditórios”.

Contudo, Raimundo notou que há “um espaço da exigência da paz que se alarga e cresce”, criticando quem fala de um eventual escalar da guerra “com a ligeireza de quem viu muitos filmes de ‘Hollywood’ ou jogou muitos jogos de ‘Playstation’”.

 

ARL (TA) // SF

By Impala News / Lusa

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