Filho mais velho de Bolsonaro suspeito de branquear 141 mil euros

Segundo informações publicadas esta quinta-feira, 19 de dezembro, pelos medias brasileiros, promotores do Rio de Janeiro suspeitam que Flávio Bolsonaro tenha usado dinheiro em espécie para comprar dois imóveis.

Filho mais velho de Bolsonaro suspeito de branquear 141 mil euros

O senador Flávio Bolsonaro, filho do Presidente brasileiro é suspeito de ter branqueado 638,4 mil reais (141,4 mil euros) em transações de compra de imóveis.

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Segundo informações publicadas esta quinta-feira, 19 de dezembro, pelos medias brasileiros, promotores do Rio de Janeiro suspeitam que Flávio Bolsonaro tenha usado dinheiro em espécie para comprar dois imóveis, branqueando verbas de recursos públicos a que teve acesso de forma ilícita. A suspeita é que Flávio Bolsonaro, com a ajuda de um ex-assessor chamado Fabrício Queiroz, arrecadou dinheiro contratando funcionários fantasmas e também recebendo ilegalmente parte do salário de outros funcionários no seu gabinete parlamentar na Assembleia estadual do Rio de Janeiro.

Na última quarta-feira, 18 de dezembro, antigos assessores de Flávio Bolsonaro foram alvo de mandados de busca e apreensão pela polícia. A polícia também esteve numa chocolataria que pertence a Flávio Bolsonaro. Também foram investigados Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, e familiares seus que trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Um dos principais envolvidos neste caso é Fabrício Queiroz, ex-chefe de segurança de Flávio Bolsonaro, cuja conta bancária indicou movimentações atípicas de 1,2 milhões de reais (hoje cerca de 264,3 mil euros) entre 2016 e 2017, valor que contrastava com o seu rendimento mensal, que naquela época não excedia 20 mil reais (quase 4,4 mil euros).

Além destas informações sobre as suspeitas dos procuradores, o jornal O Globo publicou trechos de diálogos mantidos por intermédio de aplicações de mensagens para telemóvel entre uma ex-assessora de Flavio Bolsonaro, Danielle Mendonça, e Fabrício Queiroz.

Danielle Mendonça era casada com um suspeito de integrar uma das maiores milícias (grupo criminoso formado por polícias e ou ex-polícias) do Rio de Janeiro e foi funcionária de Flávio Bolsonaro até o início deste ano.

Numa das mensagens obtidas pelo jornal O Globo, Fabrício Queiroz dizia a Danielle Mendonça que enviou comprovativos dos depósitos dos salários dela e, noutra, o antigo assessor pediu-lhe que não comparecesse a um depoimento convocado pela polícia.

Informações sobre transações suspeitas envolvendo o filho mais velho do Presidente brasileiro foram enviadas ao Ministério Público em relatórios elaborados por órgãos públicos de controlo fiscal no ano passado, mas a legitimidade da investigação foi contestada judicialmente e o caso acabou paralisado até passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância judicial do país.

Em julho, o presidente do STF, Dias Toffoli, determinou, por precaução, a cessação de todas as investigações contra Flávio Bolsonaro e os seus assessores, iniciadas com base em dados bancários ou tributários obtidos sem autorização judicial prévia.

No entanto, no mês passado, o caso foi analisado no plenário do STF, onde por uma grande maioria de oito votos contra três foi autorizado o uso de dados fornecidos por entidades oficiais para investigar suspeitas de corrupção sem a necessidade de autorização judicial.

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