FMI melhora estimativas para Portugal mas continua a prever défices até 2022

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente as suas previsões para as contas públicas portuguesas, mas continua a prever défices em torno dos 2% até 2022, enquanto o Governo estima excedentes a partir de 2020.

FMI melhora estimativas para Portugal mas continua a prever défices até 2022

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente as suas previsões para as contas públicas portuguesas, mas continua a prever défices em torno dos 2% até 2022, enquanto o Governo estima excedentes a partir de 2020.

De acordo com dados atualizados hoje depois da publicação das previsões económicas mundiais (o ‘World Economic Outlook’), o FMI estima que Portugal apresente um défice orçamental de 1,9% este ano, prevendo que suba praticamente todos os anos até atingir 2,6% em 2022, último ano do período analisado. Embora melhore as estimativas de fevereiro, quando concluiu a quinta missão de acompanhamento pós-programa a Portugal e previa défices de 2,1% e de 2,3% este ano e no próximo, respetivamente, o FMI mostra-se mais pessimista do que o Governo no médio prazo. Segundo o Programa de Estabilidade 2017-2021, entregue à Assembleia da República na semana passada, o executivo liderado por António Costa estima que o défice orçamental represente 1,5% do PIB este ano, descendo para 1% no próximo e para 0,3% em 2019.

O Governo estima que 2020 consiga equilibrar as contas, prevendo um saldo orçamental positivo de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nesse ano e de 1,3% em 2021, enquanto o Fundo prevê saldos negativos (e superiores) em cada um desses anos. Também no que diz respeito à dívida pública, o FMI estima valores acima dos 123% até 2021, superior aos 109,4% previstos pelo Governo nesse ano.

O Fundo prevê que a dívida pública represente 128,6% do PIB este ano, 127,1% em 2018, 125,7% em 2019, 124,6% em 2020, 123,7% em 2021 e 122,9% em 2022. Já o executivo, no Programa de Estabilidade, estima que a dívida pública desça para 127,9% este ano, 124,2% no próximo, para 120% em 2019, para 117,6% em 2020 e em 109,4% em 2021. Isto significa que, apesar da perspetiva de trajetória descendente, o ritmo de redução da dívida esperado pela instituição sediada em Washington é inferior ao previsto pelo Governo.

O FMI divulgou hoje o World Economic Outlook, no qual melhora as projeções da economia portuguesa para 2017, antecipando agora um crescimento de 1,7%, acima dos 1,1% anteriormente esperados, mas ligeiramente abaixo da estimativa do Governo de 1,8%.

 

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