Gaza acusa Israel de impedir entrada de 250 mil camiões com ajuda alimentar

Gaza acusa Israel de impedir entrada de 250 mil camiões com ajuda alimentar

As autoridades de Gaza, controlada pelo Hamas, denunciaram hoje que Israel impediu a entrada de “mais de um quarto de milhão de camiões de ajuda” alimentar desde o início da “guerra genocida”, a 07 de outubro de 2023.

Num comunicado publicado na rede social Telegram, o gabinete de imprensa das autoridades de Gaza indicou que o exército israelita “continua a aplicar uma política de fome, especialmente no norte da Faixa de Gaza e especificamente em Jabalia”, tendo em conta o reforço da ofensiva nesta zona nas últimas três semanas. 

Israel está a utilizar a fome “como arma de guerra contra civis e crianças”, proibindo “a entrada de alimentos, leite em pó e suplementos nutricionais”. 

“Isto é considerado um crime contra a humanidade. Este crime vem juntar-se ao encerramento pelo exército de ocupação israelita da última passagem na Faixa de Gaza há 169 dias [alusão à passagem de Rafah] e ao aperto do cerco sufocante a todas as províncias da Faixa”, disseram as autoridades da Faixa de Gaza, antes de manifestar “profunda perplexidade perante o silêncio da comunidade internacional”.

Nesse sentido, salientou que “a continuação desta catástrofe no meio do silêncio internacional significa uma profunda crise humanitária que pode causar a morte de milhares de palestinianos” e denunciou mais uma vez “a guerra de extermínio e de limpeza étnica” levada a cabo pelas autoridades israelitas.

“Consideramos a ocupação israelita, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, a França e os outros países que participam neste genocídio totalmente responsáveis pelo crime de fome de civis”, afirmou, apelando a uma “pressão real” sobre Israel para que ponha termo a estas ações, “especialmente no norte de Gaza”.

O Hamas, por seu lado, emitiu um comunicado afirmando que “a comunidade internacional deve tomar medidas imediatas para pôr termo às deslocações forçadas, à limpeza étnica e aos massacres perpetrados pelo exército de ocupação no norte da Faixa de Gaza”.

“O exército de ocupação fascista continua a tentar implementar o seu plano criminoso […] no norte de Gaza, cercando escolas e hospitais, cometendo massacres contra deslocados indefesos e levando a cabo a mais atroz operação de deslocação forçada, em direto e perante os olhos do mundo”, lamentou.

Nesta linha, sublinhou que estas ações “são uma violação flagrante de todas as leis” e insistiu que tal “não seria possível sem o silêncio e a inação da comunidade internacional e o comportamento cúmplice da administração norte-americana”, segundo o jornal ‘Filastin’, ligado ao grupo.

O Hamas apelou, por isso, à comunidade internacional para que “trabalhe no sentido de pôr fim ao crime do século” em curso na Faixa de Gaza e que “impeça os planos de ocupação fascistas que visam deslocar a população e liquidar a causa nacional palestiniana”.

O exército israelita desencadeou uma ofensiva contra Gaza na sequência dos ataques de 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e levou ao sequestro de mais de 250 pessoas.

Os ataques israelitas já provocaram a morte de mais de 42.700 palestinianos e mais de 100.000 feridos, além de mais de 750 mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental provocados pelas forças de segurança israelitas e por ataques de colonos.

 

JSD // JH

By Impala News / Lusa

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