Governo alemão baixa previsão de crescimento económico para 0,3% em 2025
O Governo alemão baixou hoje as previsões de crescimento da economia nacional para 0,3% em 2025, contra 1,1% previsto no outono, numa altura em que o país conta dois anos de recessão.
A Alemanha “está numa situação de estagnação” e tem estado globalmente desde 2018, disse o ministro da Economia, o ecologista Robert Habeck, destacando a incerteza em torno da política económica e comercial da nova administração Trump.
A principal economia da Europa está a sair de dois anos de recessão, com um declínio do PIB de 0,3% em 2023 e de 0,2% em 2024, sem sinais de uma recuperação clara a curto prazo.
Desde a pandemia de covid-19 e a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a economia alemã tem vindo a estagnar devido ao aumento dos preços da energia, à perda de poder de compra e a um declínio geral da competitividade face ao aumento da concorrência, em particular da China.
A incerteza sobre as políticas da nova administração Trump é agravada pela incerteza sobre a futura direção da economia após as eleições alemãs de fevereiro, o que está a diminuir ainda mais o investimento e o consumo, de acordo com o relatório do Governo.
As projeções revistas para este ano são consistentes com as do Fundo Monetário Internacional (0,3%) e ligeiramente superiores às do Banco Central Alemão (crescimento de 0,2%).
A Federação das Indústrias Alemãs (BDI), por seu lado, prevê um terceiro ano de recessão, estimando que a Alemanha está a atravessar uma “crise profunda”.
“Uma crise estrutural tem de ser abordada de forma diferente, mais abrangente, do que uma fase de fraqueza cíclica”, admitiu Habeck à imprensa.
Numa ação rara, federações patronais vão sair à rua na quarta-feira para lançar um “SOS” face ao alegado “declínio” da economia, com manifestações previstas em todo o país, nomeadamente em Berlim, Hamburgo e Munique.
Tornou-se “cada vez mais claro que a Alemanha está a sofrer de problemas estruturais fundamentais”, admite o Governo no seu relatório.
Os problemas prendem-se com a falta de mão-de-obra e de competências, o excesso de burocracia e os baixos níveis de investimento, tanto privado como público.
O relatório conclui com uma nota mais positiva, prevendo uma “ligeira recuperação económica” a partir do final do ano, altura em que deverá surgir uma maior clareza no contexto nacional e internacional.
MC // JNM
By Impala News / Lusa
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