Governo britânico congela preços da energia por dois anos
A primeira-ministra britânica, Liz Truss, anunciou que o Governo vai congelar o preço da energia doméstica e para empresas durante dois anos, evitando o aumento de 80 por cento previsto para estar em vigor em outubro.
A medida, afirmou, “dá às pessoas segurança sobre as contas da energia, vai reduzir a inflação e incentivar o crescimento” e permitirá apoiar o país “ao longo do inverno e no próximo e combater as causas dos preços elevados”, disse Truss aos deputados numa intervenção no parlamento. Liz Truss indicou também que o Reino Unido irá reexaminar até ao fim do ano a trajetória para a neutralidade em emissões carbónicas até 2050 para que decorra “de uma maneira favorável para as empresas e para o crescimento”, manifestando-se “completamente comprometida” com aquele objetivo de combate às alterações climáticas.
De acordo com o plano, a “garantia do preço da energia” significa que as contas domésticas médias não serão superiores a 2.500 libras [2.880 euros] por ano para gás e eletricidade. O custo estava previsto aumentar em 01 de outubro para 3.500 libras [4.032 euros) por ano a partir de outubro, o triplo de há um ano atrás, em grande parte devido ao impacto nos mercados internacionais da invasão da Ucrânia pela Rússia. Empresas e instituições públicas, como hospitais e escolas, também receberão apoio, mas por seis meses em vez de dois anos.
Plano custa 115 mil milhões de euros, prevêem especialistas
O Governo diz que o teto sobre os preços vai reduzir a crescente taxa de inflação do Reino Unido em quatro a cinco pontos percentuais. A taxa de inflação atingiu 10,1% em julho e deve subir para 13% antes do final do ano. Truss não detalhou qual vai ser o preço por unidade do gás e eletricidade, nem explicou quanto vai custar este plano, que as estimativas de especialistas avaliam que ultrapassa os 100 mil milhões de libras (115 mil milhões de euros), prometendo detalhes para mais tarde.
A oposição, que já tinha proposto o congelamento dos preços da energia, criticou a recusa do governo em financiar a medida com um imposto extraordinário sobre os lucros das empresas fornecedoras de energia. “Ela alega que um imposto extraordinário desencorajaria investimento. Isso é rídiculo. Estes impostos enormes não são a recompensa de investimento planeado, mas a o resultado inesperado da barbarie de Putin na Ucrânia. Não existe razão para que tributá-los desencorajaria investimento no futuro”, acusou o líder do partido Trabalhista, Keir Starmer.
Starmer condenou também o levantamento da proibição da exploração do gás de xisto e o aumento da exploração de gás natural no Mar do Norte, ao largo da Escócia. Ambas as medidas são condenadas por ambientalistas, que temem que ponha em causa o compromisso legal do Reino Unido de atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Siga a Impala no Instagram