Governo estende IVA zero até 04 de janeiro perante “dificuldade operacional” do retalho

O ministro das Finanças, Fernando Medina, justificou hoje a extensão temporária, até 04 de janeiro, da medida IVA zero para responder à “dificuldade operacional” relatada pelas empresas de distribuição relacionada com a elevada atividade na época festiva.

Governo estende IVA zero até 04 de janeiro perante

“Foi acordada esta extensão para os primeiros dias de janeiro respondendo às questões de dificuldade operacional que as cadeias de supermercado tinham apresentado, a dificuldade de ter trabalhadores suficientes para poder fazer essa transformação, e, por isso, solicitaram que houvesse mais dias e esses dias vão ser concedidos”, disse Fernando Medina.

O governante falava à agência Lusa após uma reunião por videoconferência dos ministros das Finanças da União Europeia, na qual foi aprovado um acordo político sobre a reforma das regras orçamentais.

Em causa está então a prorrogação da medida portuguesa que, desde abril, permite aos consumidores não pagarem IVA sobre quase 50 produtos, surgindo como resposta aos efeitos da inflação, e que estaria só em vigor até final do ano.

Para 2024, o Governo já disse que a medida não será aplicada (com a exceção de quatro dias, agora concedida), tendo decidido canalizar o esforço orçamental que esta implicava para reforçar as prestações sociais pagas a famílias mais vulneráveis.

A exceção agora concedida surge após um projeto de lei apresentado pelo PS, que apelava a uma “alteração de preços ser realizada nas condições adequadas, sem implicar um acréscimo excessivo de trabalho e sem comprometer o normal funcionamento dos supermercados ou os horários de trabalho dos seus trabalhadores, de resto na linha do que tem defendido a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição”.

Salientando que, com o fim do IVA zero, “os supermercados terão de modificar os preços de um conjunto de quase 50 produtos”, a bancada socialista pediu então uma extensão até 04 de janeiro por a extensão da medida coincidir “com um período de atividade muito intensa no setor do retalho alimentar”.

“No dia 31 de dezembro, não só termina o ano fiscal como, por força das festividades do Ano Novo, os supermercados encerram mais cedo do que o habitual. Sucede-se o feriado do primeiro de janeiro, em que as lojas estão fechadas, restando assim o dia 02 de janeiro como data viável para efetuar as alterações de preços”, argumentava ainda o PS.

Este projeto de lei foi entretanto aprovado no parlamento e o diploma foi já promulgado pelo Presidente da República.

ANE // RBF

By Impala News / Lusa

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