Guardas pedem a ministra da Justiça que demita diretor-geral das prisões

Segundo o sindicato, a ministra da Justiça devia demitir o diretor-geral das prisões porque impôs um novo horário de trabalho prejudicial aos guardas e à segurança das cadeias.

Guardas pedem a ministra da Justiça que demita diretor-geral das prisões

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional afirmou hoje que a ministra da Justiça devia demitir o diretor-geral das prisões porque impôs um novo horário de trabalho prejudicial aos guardas e à segurança das cadeias.

“Tem de ganhar coragem e demitir o diretor-geral [Celso Manata]”, declarou Jorge Alves aos jornalistas durante uma vigília diante da residência oficial do primeiro-ministro, que juntou dezenas de guardas prisionais.

Durante o protesto, os guardas prisionais irão entregar ao gabinete do primeiro-ministro um abaixo assinado com mais de 2.600 assinaturas de guardas a exigir a demissão de Celso Manata e a revogação imediata do novo horário de trabalho aplicado a estes profissionais.

Esta é a segunda vigília do género realizada pelos guardas prisionais, tendo a primeira sido à porta da direção-geral dos serviços prisionais e, caso o assunto não seja resolvido, haverá uma nova vigília desta vez em frente à Presidência da República, adiantou Jorge Alves.

LEIA TAMBÉM: Guardas prisionais contestam novo horário de trabalho junto da residência do PM

Segundo o dirigente sindical, o novo horário dos guardas prisionais “tem tido impacto negativo na segurança” das cadeias levando a que as torres fiquem fechadas e as visitas a reclusos não sejam devidamente vigiadas.

Jorge Alves lembrou que a ministra da Justiça prometeu aos deputados voltar a analisar a questão dos horários e disse aguardar com expectativa a sua presença, na quarta-feira, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais.

Os guardas prisionais contestam os novos horários de trabalho, que estão em vigor desde 02 de janeiro em seis estabelecimentos prisionais, mas que estão a gerar contestação no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), onde já foram instaurados processos disciplinares a vários guardas prisionais por se terem recusado a realizar trabalho extraordinário.

Na sexta-feira, teve início no EPL uma greve de 34 dias às horas extraordinárias por causa dos novos horários de trabalho.

A greve, que se prolonga até 25 de abril, vai afetar todo o serviço prestado entre as 16:00 e as 19:00 e é a segunda paralisação em menos de mês no EPL, além de uma outra realizada no Estabelecimento Prisional do Porto.

Segundo o novo horário de trabalho, dois grupos de guardas prisionais estão ao serviço entre as 08:00 e as 16:00, e são depois rendidos por uma equipa até às 00:00 e por outra até às 08:00.

No período entre as 16:00 e as 19:00, que coincide com o horário das visitas, alimentação, medicação e entrada dos reclusos nas celas, os guardas prisionais têm de estender o seu horário de trabalho através da realização de horas extraordinárias pagas.

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, pediu à Direção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais para fazer uma avaliação sobre o impacto do novo horário no funcionamento dos seis estabelecimentos prisionais onde já foi implementado e os contributos de todos os envolvidos.

 

Impala Instagram


RELACIONADOS