Hamas palestiniano encoraja povo sírio a ultrapassar “dores do passado”

O grupo extremista palestiniano Hamas encorajou hoje o povo sírio a “ultrapassar as dores do passado” após a queda do regime de Bashar al-Assad às mãos dos rebeldes islamitas.

Hamas palestiniano encoraja povo sírio a ultrapassar

O grupo aliado do Irão emitiu uma rara declaração em que reafirmou o apoio aos sírios e à integridade territorial da Síria.

Na mensagem, o Hamas não se referiu diretamente à coligação de milícias apoiada pela Turquia que tomou Damasco na madrugada de domingo, após uma ofensiva de 12 dias, segundo a agência espanhola EFE.

A mensagem é muito diferente da do grupo xiita libanês Hezbollah, outro satélite iraniano que tinha uma grande presença de combatentes na Síria até à recente escalada contra Israel na fronteira libanesa.

O deputado do Hezbollah Hasan Fadlalah disse que “o que está a acontecer na Síria é uma transformação importante, perigosa e nova”, segundo a Agência Nacional de Notícias libanesa (ANN).

Fadlalah acrescentou que será necessário tempo para avaliar os efeitos da queda do regime sírio no “eixo de resistência” contra Israel.

Liderado pelo Irão, a aliança integra o Hezbollah, o Hamas, os huthis no Iémen e outras milícias no Iraque e na Síria.

No seu comunicado, o Hamas mostrou-se confiante de que o povo sírio conseguirá “ultrapassar a fase delicada” que está a viver.

O grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007 disse também confiar que o povo sírio irá manter o “papel fundamental” que tem desempenhado no apoio ao povo palestiniano e à sua resistência contra Israel.

O grupo islamita aproveitou ainda para criticar as autoridades israelitas pela tomada da zona desmilitarizada nos Montes Golã, em território sírio, e pelos ataques a depósitos de armas do regime de Bashar al-Assad.

Israel disse tratar-se de medidas temporárias para garantir a segurança da fronteira até que a situação na Síria estabilize.

As relações entre o Hamas e Bashar al-Assad foram interrompidas há mais de uma década, quando o movimento islamita palestiniano apoiou publicamente a revolta popular iniciada em 2011 contra o governo sírio.

O Hamas abandonou o seu quartel-general em Damasco em 2012, o que enfureceu o Irão.

O grupo palestiniano e o regime sírio viriam a retomar as relações em 2022, na sequência da aproximação de Israel à Turquia e ao Qatar.

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By Impala News / Lusa

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