Hernâni Dias admite falta de cautela política e garante que PM não sabia das empresas que criou

O ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, admitiu hoje que houve da sua parte falta de cautela política, garantindo que o primeiro-ministro não sabia das empresas que criou.

Hernâni Dias admite falta de cautela política e garante que PM não sabia das empresas que criou

Ouvido na Comissão de Poder Local e Coesão Territorial, no parlamento, Hernâni Dias reconheceu que se demitiu, devido a falta de cautela “na dimensão política” e por entender que não deveria ser “um elemento prejudicial à governação do país”.

O antigo secretário de Estado garantiu ainda que nem o primeiro-ministro, nem o ministro da Coesão Territorial, tiveram conhecimento da criação das duas empresas por trás do caso que levou à sua demissão e acrescentou que “ninguém sabia daquilo que estava a fazer”.

“Não houve aqui nada que estivesse escondido, nada que merecesse nenhum tipo de censura relativamente àquilo que foi a minha atuação. No entanto, eu próprio não estaria confortável comigo se, eventualmente, estivesse a ser um elemento desestabilizador da ação do Governo. E, por isso, apresentei a minha demissão”, assegurou.

Hernâni Dias frisou que foi “muito cauteloso na dimensão legal, na constituição das empresas”, reafirmando que a Entidade da Transparência deu o aval à criação da primeira empresa referida no caso.

Na fase de perguntas, os partidos insistiram em perceber os motivos que levaram Hernâni Dias a não comunicar a criação de uma segunda empresa à Entidade da Transparência, ao contrário do que fez na primeira empresa.

O antigo governante explicou que entendeu que não tinha de o fazer porque, ao contrário do que aconteceu no primeiro caso, não foi o próprio a entrar no capital social da empresa, mas sim a primeira empresa que constituiu.

No entanto, acrescentou, enviou no dia 6 de janeiro uma comunicação eletrónica à Entidade da Transparência a pedir esclarecimentos sobre essa segunda empresa, à qual não obteve ainda resposta.

O secretário de Estado garantiu ainda não ter havido “nenhum tipo de aproveitamento” da alteração à lei dos solos, nem “nenhuma aquisição de terrenos” ou imóveis, nem está previsto que assim seja.

“Hoje é curioso que nós já não julgamos as pessoas por aquilo que fizeram, nós queremos julgar as pessoas por aquilo que supostamente virão a fazer amanhã e é o caso que aqui estamos a tratar. Portanto, estamos a falar daquilo que supostamente deveria ser feito no dia de amanhã”, acrescentou.

TYRS/RCS // ACL

By Impala News / Lusa

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