Huthis anunciam novos bombardeamentos norte-americanos no Iémen

Os rebeldes huthis do Iémen anunciaram hoje novos bombardeamentos que atribuem aos Estados Unidos, tendo como alvo a capital, Sanaa, depois de terem relatado anteriormente quase duas dezenas de ataques contra os seus bastiões no norte do país.

Huthis anunciam novos bombardeamentos norte-americanos no Iémen

“Uma série de ataques americanos (…) tiveram como alvo o sul e o norte da capital”, noticiou a estação de televisão al-Massirah, detida pelos huthis.

O canal televisivo já tinha indicado hoje “dezassete ataques noturnos dos Estados Unidos na província de Saada”, no norte do Iémen.

Outros dois ataques ocorreram na província de Amrane, também no norte do país, segundo a al-Massirah.

De acordo com a agência de notícias estatal Saba, os ataques em Saada atingiram um edifício do hospital oncológico em construção. Dois civis ficaram feridos, segundi o Ministério da Saúde controlado pelos huthis.

Em 15 de março, os Estados Unidos lançaram ataques intensos contra alvos dos rebeldes iemenitas apoiados pelo Irão, alertando que iriam usar “uma força esmagadora” se os huthis continuassem a ameaçar navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.

Os Estados Unidos alegaram ter eliminado vários altos dirigentes dos huthis nessa série de ataques, tendo os rebeldes registado 53 mortes, incluindo mulheres e crianças.

Desde então, os rebeldes xiitas, que controlam grandes áreas do país devastado pela guerra, incluindo a capital, têm relatado regularmente ataques norte-americanos contra os seus bastiões.

Os Estados Unidos não confirmaram os bombardeamentos de hoje, mas um responsável do Pentágono disse à agência France Presse (AFP) que os militares norte-americanos “estão a conduzir ataques, de dia e de noite, contra vários locais dos huthis apoiados pelo Irão no Iémen”.

Após os raides aéreos ocorridos em medos de março, o grupo armado reivindicou vários ataques ao porta-aviões norte-americano USS Harry Truman, na costa do Iémen.

O seu porta-voz militar, Yahya Saree, afirmou hoje que os huthis voltaram a atacar “navios de guerra inimigos no Mar Vermelho, liderados pelo porta-aviões norte-americano Truman”.

Relatou também um ataque de drones contra Israel, que as autoridades israelitas não confirmaram.

Os Estados Unidos argumentam que querem neutralizar as ameaças dos rebeldes iemenitas no Mar Vermelho, uma zona marítima essencial para o comércio global.

Os huthis afirmam que os seus ataques contra os navios ligados a Israel e ao seu território são movidos pela solidariedade com o grupo islamita palestiniano Hamas, em guerra com as forças israelitas na Faixa de Gaza há mais de um ano.

Os ataques dos Estados Unidos no Iémen acontecem também em plena controversa relacionada com a revelação de uma conversa confidencial de altos responsáveis de Washington sobre as suas operações militares contra os huthis, na plataforma de mensagens Signal, que foi partilhada por equívoco com um jornalista da revista The Atlantic.

“Obviamente, alguém cometeu um erro – um grande erro – e incluiu um jornalista. Não tenho nada contra os jornalistas, mas não é suposto estarem nesse painel”, comentou hoje o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, referindo-se ao grupo de discussão no Signal, que incluía o seu colega da Defesa, Pete Hegseth, e vários outros altos responsáveis da administração de Washington, do Pentágono e dos serviços de informações.

HB (ANC)// RBF

By Impala News / Lusa

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