Israel mata palestiniana grávida de oito meses em ataque no norte da Cisjordânia

Duas mulheres palestinianas, uma delas grávida de oito meses, morreram baleadas pelas forças israelitas no campo de refugiados de Nur Shams, no norte da Cisjordânia ocupada, anunciou hoje o Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestiniana.

Israel mata palestiniana grávida de oito meses em ataque no norte da Cisjordânia

As mulheres tinham 21 e 23 anos, referiram.

O marido de uma delas, nomeadamente da que estava grávida, está em estado crítico, e o marido da outra também morreu.

As equipas médicas ainda tentaram salvar o bebe da mulher grávida, mas sem sucesso.

Além destas, registaram-se ainda três feridos, um rapaz de 14 anos, uma mulher baleada na cabeça e outra com ferimentos no pé.

O exército israelita anunciou hoje a expansão da sua ofensiva no norte da Cisjordânia ocupada para o campo de Nur Shams, na província de Tulkarem, afirmando que as forças já mataram vários “terroristas” e prenderam pessoas procuradas na zona.

Numa mensagem, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou que Israel está a “esmagar as infraestruturas terroristas nos campos de refugiados e a impedir o seu regresso”.

“Não permitiremos que o eixo iraniano do mal estabeleça uma frente terrorista que ameace os assentamentos de Samaria”, disse o ministro, usando o nome bíblico para a Cisjordânia ocupada no norte.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestiniana, que governa uma pequena parte do território, referiu que a morte da mulher grávida e do seu bebe é “mais uma prova de que a ocupação tem como alvo deliberado a população civil”.

Em comunicado, o gabinete afirmou ter apelado aos organismos internacionais e à ONU para que responsabilizem Israel e protejam o povo palestiniano da “brutalidade e abuso” de Israel.

A agência noticiosa oficial palestiniana Wafa adiantou que as forças israelitas enviaram maquinaria pesada para o campo durante as primeiras horas da manhã e lançaram vários ataques a casas na zona.

Entretanto, no campo vizinho de Tulkarem, as forças israelitas continuam a invadir casas, muitas das quais vazias e em ruínas após duas semanas de incursões.

Israel lançou uma operação maciça em 21 de janeiro contra o campo de refugiados de Jenin, um reduto histórico das milícias palestinianas no norte da Cisjordânia ocupada, que depois alargou ao campo de Tulkarem e à cidade de Tamun, na província de Tubas.

A ofensiva já causou a morte de mais de 20 pessoas, incluindo três crianças: um bebé de dois anos, um rapaz de 10 anos e outro de 16 anos.

A operação, denominada Muro de Ferro, foi anunciada apenas dois dias após a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

SVF // SF

By Impala News / Lusa

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