Itália tem cerca de 5,5 milhões de pessoas em pobreza absoluta
Os agregados familiares em situação de pobreza absoluta em Itália aumentaram para quase dois milhões, o que significa que cerca de 5,5 milhões de pessoas estavam nessa situação no ano passado, segundo um relatório publicado hoje pela Cáritas.
Os agregados familiares em situação de pobreza absoluta em Itália aumentaram para quase dois milhões, o que significa que cerca de 5,5 milhões de pessoas estavam nessa situação no ano passado, segundo um relatório publicado hoje pela Cáritas. De acordo com o XXI Relatório daquela associação católica sobre pobreza e exclusão social, intitulado “O elo fraco”, estes dados revelam que 9,4% da população italiana está numa situação de pobreza absoluta, sendo a situação mais grave no sul.
O relatório baseia-se em estatísticas oficiais sobre a pobreza e dados de fontes da Cáritas, de quase 2.800 centros em todo o território nacional. Entre 2020 e 2021, a incidência de pobreza cresceu mais do que a média em famílias com pelo menos quatro pessoas, as que têm crianças entre os 4 e os 6 anos, e famílias de estrangeiros.
O relatório revela ainda que a pobreza é “herdada”.
Seis em cada dez pobres em Itália são-no “por herança, porque nasceram numa família pobre. Não há elevador social. A pobreza torna-se crónica”, diz o relatório da Cáritas. “Se tudo correr bem, são precisas cinco gerações, cinco ‘elos fracos’ para atingir um nível médio de rendimento, contra 4,5, em média, nos países da OCDE”, aponta o relatório
Olhando este dados, o presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, pediu ao futuro Governo que mantenha o rendimento da cidadania, algo que a coligação que venceu as eleições tenciona eliminar. “Temos de fazer um ajustamento” e “manter esse compromisso que deve ser tão importante numa altura em que a pobreza será ainda mais difícil, mais pesada e com o risco de gerar ainda mais pobreza”, pediu o cardeal.
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