Juiz suspende posse de nova ministra do Trabalho do Brasil por ter antecedentes judiciais

Um juiz federal do Rio de Janeiro suspendeu a cerimónia de posse da nova ministra do Trabalho brasileira alegando que «está desqualificada»

Juiz suspende posse de nova ministra do Trabalho do Brasil por ter antecedentes judiciais

Um juiz federal do Rio de Janeiro suspendeu esta terça-feira a cerimónia de posse da nova ministra do Trabalho brasileira, Cristiane Brasil, alegando que “está desqualificada” para ocupar o cargo porque já foi condenada num processo na Justiça laboral.

Eleita deputada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 2014, Cristiane Brasil foi indicada para o cargo de ministra na semana passada pelo Presidente Michel Temer e iria tomar posse na próxima terça-feira.

Um dia depois de sua nomeação, porém, a imprensa local revelou que a nova ministra já foi condenada pela Justiça do Trabalho, por ter empregado dois motoristas sem contrato formal.

Após esta revelação, o Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (MITI) enviou um pedido judicial para barrar a sua tomada de posse, alegando que, pelo princípio da moralidade, uma pessoa condenada por violar leis do trabalho não pode assumir o cargo de ministra do Trabalho.

Este argumento foi aceite esta terça-feira pelo juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, que emitiu uma medida cautelar a suspender a cerimónia de posse.

Antes de ser impedida judicialmente de assumir o cargo, a deputada havia tentado convencer o Governo para antecipar o seu juramento, porque a informação sobre sua condenação teve grande repercussão na sociedade brasileira.

Cristiane Brasil, advogada, de 44 anos, foi eleita deputada federal em 2014 e também atuou como conselheira da cidade do Rio de Janeiro.

A ministra indigitada é filha do ex-deputado e presidente do PTB Roberto Jefferson, que foi um dos condenados no escândalo de corrupção do ‘Mensalão’, que consistia no pagamento a parlamentares para votarem em favor de projetos apoiados pelo Governo.

O escândalo do ‘Mensalão’ abalou o primeiro mandato do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005 e levou ao afastamento e condenação do então segundo homem mais importante do Governo brasileiro, o ex-ministro José Dirceu.

O cargo de ministro do Trabalho do Brasil está vago desde 27 de dezembro, quando o ex-ministro Ronaldo Nogueira pediu a sua exoneração para tentar ser reeleito no cargo de deputado federal.

Além de Ronaldo Nogueira, na semana passada o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, Marcos Pereira, também anunciou que deixaria o Governo para se dedicar à sua campanha eleitoral.

 

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