Justiça dos EUA admite divulgação do relatório sobre interferência de Trump nas eleições de 2020

Uma juíza federal norte-americana levantou hoje a restrição à divulgação pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos do relatório de investigação sobre o caso de interferência eleitoral do Presidente eleito, Donald Trump, em 2020.

Justiça dos EUA admite divulgação do relatório sobre interferência de Trump nas eleições de 2020

No entanto, um procedimento temporário que impede a divulgação imediata do relatório permanece em vigor até terça-feira, e é improvável que a ordem da juíza distrital dos EUA Aileen Cannon seja a última palavra sobre o assunto. Os advogados de defesa podem tentar contestá-la até ao Supremo Tribunal.

Cannon, que foi nomeada para o cargo por Trump, tinha anteriormente bloqueado temporariamente o departamento de divulgar todo o relatório sobre as investigações do procurador especial, Jack Smith, sobre Trump, que levaram a dois processos criminais separados.

A mais recente ordem de Cannon, hoje, abriu caminho para a divulgação do volume detalhando o caso de Smith contra Trump, um republicano, por conspirar para anular a sua derrota nas eleições de 2020 para Joe Biden, um democrata.

A poucos dias da posse de Trump para um segundo mandato na Casa Branca, a juíza marcou para sexta-feira uma audiência para decidir se o departamento pode libertar para os legisladores o volume do caso de documentos confidenciais de Trump

Jack Smith, que se demitiu na semana passada, depois de entregar o seu relatório, processou o antigo presidente em dois casos que o Departamento de Justiça abandonou em novembro.

O departamento disse que não divulgará publicamente esse volume enquanto estiver pendente o processo criminal contra dois dos co-arguidos de Trump – o arrumador de carros Walt Nauta e o administrador da propriedade de Mar-a-Lago, o português Carlos de Oliveira.

O relatório de dois volumes detalha decisões sobre possíveis acusações nas duas investigações lideradas por Smith: uma relacionada com a retenção de documentos confidenciais na residência de Trump em Mar-a-Lago e outra sobre as tentativas do ex-presidente de reverter os resultados das eleições de 2020, que culminaram com a invasão do Capitólio, a 06 de janeiro de 2021.

Cannon arquivou o caso dos documentos confidenciais em julho, decidindo que a nomeação de Smith era ilegal. Mais tarde, o Departamento de Justiça abandonou ambos os casos, que geraram acusações, após a vitória presidencial de Trump em novembro, citando a política do departamento que proíbe os processos federais de presidentes em exercício.

A decisão de hoje, se for mantida, pode abrir a porta para que o público conheça detalhes adicionais nos próximos dias sobre o esforço frenético, mas em última análise fracassado, de Trump para se agarrar ao poder no período que antecedeu a insurreição mortal de 06 de janeiro de 2021 no Capitólio.

O procurador especial Jack Smith demitiu-se do Departamento de Justiça na sexta-feira, três dias depois de entregar o relatório ao procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, que tem o poder de decidir se publica ou não o documento.

A demissão de Jack Smith não é surpreendente, uma vez que Trump tinha dito que uma das primeiras coisas que faria quando regressasse à Casa Branca seria afastar o procurador especial.

O Presidente eleito reagiu à demissão acusando Jack Smith de empreender “uma caça às bruxas com fins políticos”, que também atribuiu à justiça norte-americana.

Trump entrará na Casa Branca em 20 de janeiro como o primeiro Presidente norte-americano a ser condenado num processo criminal, após ter sido condenado, sem punições, por pagamentos ilegais para comprar o silêncio da atriz pornográfica ‘Stormy Daniels’, com quem terá mantido uma relação extraconjugal.

JH // PDF

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS