Kiev quer trégua no ar e no mar por ser mais fácil de controlar

A Ucrânia vai propor uma trégua aérea e marítima com a Rússia, por ser mais fácil de controlar, nas negociações com os Estados Unidos na terça-feira, na Arábia Saudita, disse hoje um alto funcionário ucraniano.

Kiev quer trégua no ar e no mar por ser mais fácil de controlar

“Temos uma proposta de tréguas no ar e no mar, porque estas são as opções de cessar-fogo mais fáceis de pôr em prática e de controlar, e é possível começar por elas”, afirmou a fonte à AFP, sob condição de não ser identificada.

A mesma fonte admitiu que a suspensão da partilha de informações dos Estados Unidos decretada pelo Presidente Donald Trump é um problema para a Ucrânia.

“O mais importante é saber quanto tempo vai durar. Se durar muito tempo, dará aos russos uma vantagem significativa”, afirmou.

O mesmo funcionário que falou à agência noticiosa francesa admitiu que a suspensão da partilha de informações já está a afetar a capacidade de Kiev para atingir alvos em território russo.

A Rússia tem intensificado nos últimos meses os bombardeamentos contra a Ucrânia, incluindo as infraestruturas de energia do país.

A reunião de terça-feira deverá ser a primeira entre ucranianos e norte-americanos desde a visita do Presidente Volodymyr Zelensky a Washington, no final de fevereiro, que resultou numa discussão verbal com Donald Trump e com o seu vice-presidente, JD Vance.

Desde então, Washington suspendeu a ajuda militar e a partilha de informações, e Kiev está a tentar juntar refazer a relação com o Presidente norte-americano.

Zelensky é esperado hoje na Arábia Saudita, onde se reunirá com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salmane.

“Depois disso, a minha equipa permanecerá na Arábia Saudita para trabalhar com os nossos parceiros americanos”, disse Zelensky no domingo à noite.

As conversações, muito aguardadas, vão realizar-se na cidade de Jidá, no Mar Vermelho, onde as bandeiras ucranianas estavam hasteadas hoje nas principais estradas, segundo a AFP.

As conversações deverão servir para “definir um quadro para um acordo de paz e um primeiro cessar-fogo” entre a Rússia e a Ucrânia, segundo o enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

Kiev é a favor de um “diálogo construtivo”, mas quer que os seus interesses sejam tidos em conta, insistiu Zelensky, manifestando-se confiante de que a reunião será produtiva.

“A Ucrânia tem procurado a paz desde o primeiro segundo da guerra e sempre dissemos que a única razão pela qual a guerra continua é a Rússia”, afirmou hoje Zelensky nas redes sociais.

A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.

Em setembro de 2022, Moscovo declarou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, apesar de não as dominar totalmente.

A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas.

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By Impala News / Lusa

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