Líder do Conselho Metropolitano de Lisboa diz que projeto anunciado pelo PM “já tem mais de 20 anos”

O presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa disse hoje que o projeto de reabilitação da Área Metropolitana de Lisboa anunciado pelo primeiro-ministro “já tem mais de 20 anos”, salientando que há outros concelhos que precisam de “particular atenção”.

Líder do Conselho Metropolitano de Lisboa diz que projeto anunciado pelo PM

“Este projeto do senhor primeiro-ministro já tem mais de 20 anos. Eu lembro-me que há mais de 20 anos já se falava no Arco Ribeirinho Sul e houve várias tentativas de realizar aquilo que o senhor primeiro-ministro agora anunciou. O método variou, mas o objetivo era esse: aproveitar terrenos disponíveis para fazer uma espécie de unidade de execução e um plano de gestão daquele território”, afirmou aos jornalistas Basílio Horta, à margem da reunião do Conselho de Concertação Territorial, realizada em Faro.

Durante este encontro realizado na capital algarvia, Basílio Horta, também presidente da Câmara de Sintra, abordou o primeiro-ministro sobre esse anúncio e disse ter sido informado pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que o projeto “não está concluído”.

“Ou seja, há um processo de execução no qual já foram consultados alguns membros do Conselho Metropolitano, mas não o Conselho Metropolitano. E o que é dito é que logo que o projeto esteja concluído, será consultado o Conselho Metropolitano. E é importante que o seja, porque dentro da área metropolitana tem de haver coesão, tem de haver equilíbrio”, frisou o autarca.

Basílio Horta afirmou ter sido “surpreendido” pelo facto de o Conselho Metropolitano de Lisboa não ter sido informado previamente, mas garantiu que não há “desconforto”.

“Se o projeto estivesse concluído, claro que sim [devia ter sido informado mais cedo]. Agora, uma vez que não está concluído e há a promessa de ser submetido ao conselho logo que concluído, muito bem, estamos abertos a isso”, declarou.

No domingo, no 42.º congresso do PSD, em Braga, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou o que classificou como um “grande projeto de reabilitação da Área Metropolitana de Lisboa” (AML), para “erguer uma metrópole vibrante e homogénea” nas duas margens do rio Tejo.

Luís Montenegro falou de um plano, desenvolvido em três polos para, “de forma concertada, erguer uma grande polis com duas margens”.

De acordo com o primeiro-ministro, será criada a Sociedade de Gestão Reabilitação e Promoção Urbana, a que o Governo dará o nome de Parque Humberto Delgado, e que “será o instrumento para pensar, projetar e ordenar o Arco Ribeirinho Sul nos municípios de Almada, Barreiro e Seixal”.

Um segundo polo será o Ocean Campus, entre o vale do Jamor e Algés, nos municípios de Lisboa e Oeiras, e o terceiro irá aproveitar os terrenos que serão libertados com o fim do atual aeroporto Humberto Delgado, nos municípios de Lisboa e Loures.

O presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa afirmou ainda que “tudo aquilo que é fomentar o investimento” tem a sua concordância, mas ressalvou que, dentro da área metropolitana, “há outras zonas, outras regiões e outros concelhos que necessitam de particular atenção”.

A parte norte da AML “tem um rendimento per capita que necessita de ter atenção particular”, e não pode ficar “desprotegida”, destacou Basílio Horta, lembrando também que há concelhos “com necessidades de desenvolvimento maiores” e “dificuldades grandes de investimento e de criação de riqueza”.

 

EYP (SMA)// RBF

By Impala News / Lusa

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