Macedo diz que aumentos salariais não podem tornar CGD menos competitiva
O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse hoje que o banco público se tem de manter competitivo em resposta às reivindicações de trabalhadores que criticam os aumentos salariais de 3,25% propostos para este ano.
“Há um tempo para dizer não e um tempo para dizer sim. Há que dizer não quando as questões são irrazoáveis. Não nos peçam para fazer coisas que não tenham racionalidade”, afirmou Macedo na apresentação das contas de 2023 (lucros recorde de 1.291 milhões de euros), considerando ainda “inusitado” os sindicatos terem convocado uma greve quando decorria o processo negocial.
Em 01 de março, os trabalhadores da CGD fizeram greve contra a proposta salarial na CGD face ao custo de vida e aos elevados lucros. A CGD propõe 3,25% e o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) reivindica 5,9%.
O STEC, que convocou inicialmente a paralisação (a que se uniram posteriormente outros sindicatos), estimou então uma adesão de 80%, enquanto a CGD disse que a greve foi “pouco significativa” e que 92% das agências estiveram abertas.
Segundo Macedo, a proposta do banco público é a mais alta do setor (a proposta dos bancos subscritores do ACT é de 2,5%) e que a CGD tem de ter em conta que terá “anos bons e anos maus” e que tem de ter uma remuneração “que esteja de acordo com os outros bancos e não represente perda de competitividade para a Caixa”.
Paulo Macedo destacou ainda os prémios que a CGD atribui aos empregados, referindo que o valor ‘per capita’ de prémios foi o maior de sempre na história do banco.
Já sobre a crítica dos sindicatos que consideram que os prémios são importantes, mas que o fundamental é o salário fixo, pois é esse que conta para futuras pensões e subsídios de doença ou por maternidade/paternidade, Macedo disse que é importante notar que o salário pago não é apenas o da tabela salarial.
Segundo o presidente da CGD, também há que ter em conta as promoções e outras rubricas e que o aumento da massa salarial é mais alto do que o aumento do salário base, uma vez que este é de 3,25%, mas o impacto na massa salarial é de um aumento superior a 4%.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) tinha 6.243 trabalhadores em Portugal no fim de 2023, menos 270 do que em 2022, segundo as contas anuais hoje divulgadas.
Já no fim de março o banco tinha mais 88 trabalhadores do que em final de 2023, disse hoje Macedo.
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By Impala News / Lusa
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