Maiores plataformas digitais integram novo código de conduta da UE sobre discurso de ódio

Um total de 12 das maiores plataformas digitais incorporaram uma revisão do código de conduta da União Europeia (UE) para contrariar a disseminação de discurso de ódio e está integrada na legislação sobre os serviços digitais.

Maiores plataformas digitais integram novo código de conduta da UE sobre discurso de ódio

Em comunicado, a Comissão Europeia saudou a integração da revisão do código de conduta pelo Facebook, Instagram, Dailymotion, Jeuxvideo.com, LinkedIn, todos os serviços operados pela Microsoft, Snapchat, Rakuten Viber, TikTok, X (antigo Twitter) e YouTube.

A revisão das ações necessárias para contrariar a propagação de discurso de ódio nestas plataformas digitais vai estar integrada na Lei dos Serviços Digitais da UE.

O primeiro código de conduta para combater o discurso de ódio nas plataformas digitais foi criado em 2016, mas Bruxelas considerou que necessitava de ser atualizado com o que hoje a legislação europeia e cada país a UE definem como discurso de ódio.

Citada no comunicado, a vice-presidente da Comissão Europeia Henna Virkkunen, responsável pela Soberania Digital, recordou que dentro dos 27 “não há lugar para o ódio ilegal, seja ‘offline’ ou ‘online'”.

A nova Lei dos Serviços Digitais foi criada para proteger os direitos fundamentais dos utilizadores ‘online’ e tornou-se numa legislação inédita para o espaço digital que responsabiliza plataformas por conteúdos ilegais e prejudiciais, nomeadamente desinformação.

Além disso, está em vigor na UE desde novembro de 2022 a nova lei dos Mercados Digitais, que estipula regras sobre o que as empresas tecnológicas com estatuto de ‘gatekeepers’ são ou não autorizadas a fazer na UE, uma espécie de lista negra com regras para estas grandes plataformas.

As companhias que não cumpram as novas leis podem ter coimas proporcionais à sua dimensão.

No início de janeiro, a Comissão Europeia rejeitou “categoricamente” as acusações de censura feitas pelo presidente do Conselho de Administração da Meta, Mark Zuckerberg, e que fez eco de declarações do empresário norte-americano Elon Musk, detentor da rede social X.

“Rejeitamos categoricamente qualquer alegação de censura”, afirmou Paula Pinho, porta-voz da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, em Bruxelas, capital da Bélgica e onde estão sediadas a maioria das instituições europeias.

Mark Zuckerberg tinha alegado que a legislação da União Europeia “institucionaliza a censura” no bloco comunitário e “continua a dificultar a construção de algo inovador” nos países do bloco político-económico do qual Portugal faz parte.

As declarações do presidente do Conselho de Administração da Meta, grupo que detém as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, são eco de acusações feitas por Elon Musk, detentor do X (antigo Twitter) e do fabricante de automóveis Tesla e de vários grupos de extrema-direita.

A Comissão Europeia também rejeitou comentar a decisão de a Meta deixar de fazer verificação de factos nos Estados Unidos da América, que está a ser encarada como uma aproximação à extrema-direita e às ideias preconizadas pelo Presidente eleito, Donald Trump, e os coletivos que o apoiam.

O executivo comunitário disse que a legislação para os serviços digitais europeia só se aplica dentro da União Europeia e que, apesar da decisão em território norte-americano, dentro dos 27 países do bloco comunitário a Meta e as redes sociais que operam na União Europeia, terão de cumprir com as obrigações legais.

A decisão do grupo liderado por Mark Zuckerberg está a ser interpretada como uma aproximação à extrema-direita, já que vários partidos europeus de extrema-direita utilizam a desinformação para propagar narrativas, por exemplo, contra a imigração, contra grupos populacionais minoritários e contra a diversidade religiosa.

AFE (ANE) // CSJ

By Impala News / Lusa

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