Mais de 200 mortos do Hamas em 10 dias de combates num hospital de Gaza
Israel reivindicou hoje ter matado mais de 200 militantes do Hamas na operação que o exército tem em curso desde 18 de março contra o Hospital al-Shifa em Gaza, no norte do enclave palestiniano.
As forças de defesa de Israel disseram num comunicado que os soldados israelitas foram alvo de fogo “durante o último dia, a partir do interior e do exterior do edifício que alberga os serviços de urgência do hospital” de Gaza.
As tropas israelitas retiraram “os doentes e as equipas médicas para instalações médicas alternativas criadas pelo exército para permitir a continuação dos tratamentos médicos adequados”, segundo o comunicado citado pelas agências francesa AFP e espanhola Europa Press.
Do lado das autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, há relatos da morte de 66 pessoas durante a noite, principalmente em ataques aéreos, e de combates em Khan Younis e perto da cidade de Gaza.
O Ministério da Saúde disse que mais de 32.500 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza na resposta de Israel ao ataque do Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos.
Em Khan Younis, os soldados israelitas estavam hoje a realizar operações na zona dos hospitais Nasser e al-Amal, a cerca de um quilómetro de distância, bem como na zona de al-Qarara.
O Crescente Vermelho Palestiniano anunciou no início da semana que o hospital de al-Amal tinha deixado de funcionar e o exército israelita disse hoje que eliminou “dezenas de terroristas” no complexo, onde “encontrou engenhos explosivos e morteiros”.
As informações divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
O exército israelita mantém a intenção de atacar Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, apesar das críticas da generalidade da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos.
Em Rafah, que Israel considera ser o último grande reduto do Hamas, estão 1,5 milhões de palestinianos, a grande maioria dos quais deslocados pela violência noutras partes do território.
Principal aliado de Israel, os Estados Unidos receiam o custo humano de uma operação contra Rafah e preferem outras opções, como as operações dirigidas contra os dirigentes locais do Hamas.
Israel criticou a abstenção norte-americana no Conselho de Segurança da ONU que levou à recente adoção de uma resolução sobre um cessar-fogo e cancelou uma reunião em Washington para discutir a ofensiva terrestre em Rafah.
Mas, na quarta-feira, um alto funcionário dos Estados Unidos disse que o Governo israelita indicou que gostaria de encontrar uma nova data para a reunião sobre Rafah.
O Qatar, que desempenha o papel de mediador com o Egito e os Estados Unidos, assegurou esta semana a continuação das negociações indiretas entre Israel e o Hamas.
O objetivo é garantir uma trégua de várias semanas nos combates, associada a uma troca de reféns israelitas e de prisioneiros palestinianos.
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