Manifestantes bloqueiam principal estrada moçambicana em Inhambane
Um grupo de populares voltou hoje a bloquear a principal estrada moçambicana em dois distritos da província de Inhambane, sul do país, em protesto contra o alegado atentado contra Venâncio Mondlane, disseram as autoridades policiais.

“Eles alegam o atentado [contra] Venâncio Mondlane, mas dizem que vão abrir a estrada e a polícia está no terreno a negociar, a interagir com a população”, declarou a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Inhambane, Nércia Bata, em declarações à Lusa.
Segundo a responsável, os bloqueios ocorreram ao longo da Estrada Nacional 1 (N1), por volta das 10:00 locais (menos duas horas em Lisboa), nos distritos de Inhassoro e Massinga, na província de Inhambane, onde populares colocaram barricadas na via impedindo a circulação de pessoas e de bens, em protesto contra o alegado atentado contra a caravana de Mondlane.
A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) disparou, na tarde de quarta-feira, contra uma caravana liderada pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane no bairro de Hulene, na avenida Julius Nyerere, uma das principais de Maputo, ferindo pelo menos 16 pessoas, incluindo duas crianças e um membro da equipa de Mondlane, segundo dados da Plataforma Decide, organização não-governamental (ONG) que acompanha o processo eleitoral.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 3.500 ficaram feridas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias, durante as manifestações.
PME // MLL
By Impala News / Lusa
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