Marcelo: «Não estou seguro se banqueiros e bancos aprenderam com a crise»
As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa foram proferidas durante o encontro informal do Grupo Arraiolos, que junta 13 chefes de Estado da União Europeia em Atenas.
As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa foram proferidas durante o encontro informal do Grupo Arraiolos, que junta este ano 13 chefes de Estado da União Europeia em Atenas. O Presidente da República afirmou não estar seguro de que os banqueiros e bancos da União Europeia (UE) tenham aprendido “as lições” da crise financeira, defendendo que os instrumentos europeus para o crescimento devem ter “os cidadãos em conta”.
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Para Marcelo Rebelo de Sousa, importa também “garantir a sustentabilidade da convergência
Intervindo numa sessão de trabalho sobre como “Enfrentar com eficácia a crise económica e dos refugiados”, no encontro informal do Grupo Arraiolos, o chefe de Estado português vincou que é preciso “garantir que os instrumentos orientados para a convergência e para o crescimento têm os cidadãos em conta. Isto significa desenvolver uma dimensão social da UE, mas também criar ferramentas para lidar com as mudanças na educação, na tecnologia, na ciência e no mercado de trabalho no futuro”, precisou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, importa também “garantir a sustentabilidade da convergência e isso significa acabar a união bancária e reforçar os instrumentos orçamentais para a convergência e competitividade”, nomeadamente criando o chamado orçamento para a zona euro. “O trabalho em curso no Eurogrupo [sobre esse orçamento da zona euro] é muito bem-vindo e o acordo atingido na última reunião é um bom passo que precisa de ter continuidade”, referiu.
Acordo do orçamento de Estado
O chefe de Estado português mostrou-se também “com esperança” que, até final do ano, os Estados-membros da UE cheguem a acordo relativamente ao orçamento de longo prazo da União, que a seu ver deve “satisfazer as ambições europeias sem perder de vista a importância das políticas de coesão e agricultura”. “Só se formos ambiciosos é que podemos responder aos desafios que vamos enfrentar”, vincou, recordando que “Portugal já manifestou disponibilidade em estar à altura desta ambição, nomeadamente com novos recursos”.
Já quanto às dificuldades no processo de negociações para o próximo quadro financeiro plurianual 2021-2027, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que “alguns [líderes europeus] gostariam de adiar uma decisão para até ao final de 2020”. “Isso é um enorme erro, a meu ver”, considerou.
Na sua intervenção, o Presidente da República aludiu ainda ao processo de saída do Reino Unido da UE, o ‘Brexit’, adiantando que “é preciso trabalhar construtivamente com o Reino Unido, tanto garantindo solidariedade para com a Irlanda e com os cidadãos irlandeses neste período difícil, como explorando todas as vias para um possível acordo até ao último minuto”.
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