Marcelo diz que economia em constante mudança exige União Europeia 4.0
O Presidente da República defendeu que uma economia 4.0 exige uma União Europeia, sistemas políticos e sistemas sociais também 4.0, considerando que não basta pensar nos novos empregos, mas sim nas crescentes desigualdades e clivagens.
O Presidente da República defendeu hoje que uma economia 4.0 exige uma União Europeia, sistemas políticos e sistemas sociais também 4.0, considerando que não basta pensar nos novos empregos, mas sim nas crescentes desigualdades e clivagens.
No discurso de encerramento do XII Encontro COTEC Europa – que decorreu em Mafra e contou também com a presença do rei de Espanha e do Presidente da República italiano – Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a mudança diária da economia, “a ritmo vertiginoso”, como tinha descrito o comissário Carlos Moedas no mesmo fórum.
“Aqui chegados é, porém, tempo de pararmos uns minutos para nos interrogarmos: Esta economia 4.0 não exigirá uma União Europeia 4.0? E sistemas políticos 4.0? E sistemas sociais 4.0?”, perguntou.
Apesar de concordar que “nada parará a mudança”, o chefe de Estado sublinhou que esta “poderá ser mais ou menos rápida, mais ou menos duradoura e, sobretudo, mais ou menos justa conforme seja acompanhada – para não dizer antecipada – por uma União Europeia 4.0, sistemas políticos 4.0, sistemas sociais 4.0”.
“Isto é, por um ambiente ajustado à era digital, que maximize vantagens e minimize fragilidades nas instituições europeias, nos sistemas políticos e nos sistemas sociais”, defendeu.
Sobre os sistemas sociais, Marcelo Rebelo de Sousa começou por explicar que “nem a economia nem a política são fins em si próprios” e “existem porque há pessoas de carne e osso”, referindo que apesar da alucinante mudança económica, o “tempo de vida dessas pessoas é diverso”.
“Não basta pensar no novo trabalho, nos novos empregos, é preciso pensar nas crescentes desigualdades, nas crescentes clivagens, nas pessoas concretas, seus diversos tempos e seus múltiplos modos”, avisou.
O Presidente da República considerou ainda que a União Europeia deve aproveitar “os poucos meses que faltam para o início do longo processo eleitoral de 2019” e ousar “ir mais longe”, como por exemplo na definição do horizonte para além de 2021 ou na união económica e monetária.
“Não podemos querer ter economias 4.0 com sistemas políticos 2.0 ou 3.0. Podem não inviabilizar, mas travam com certeza o ritmo do futuro”, defendeu.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, vive-se com “mais ciência, mais tecnologia, mais inteligência criativa na economia”, mas com “estruturas políticas concebidas para a Europa e para o mundo dos anos 70 a 90, estruturadas ultrapassadas, rígidas, distanciadas dos povos”.
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