Marcelo diz que Portugal não pode esquecer prevenção pedagógica contra ódio, xenofobia e racismo

O Presidente da República elogiou hoje “Portugal que, no essencial, não muda” nem pode esquecer “a prevenção pedagógica contra o ódio, a intolerância, a xenofobia e o racismo”, pedindo “uma União Europeia mais decidida e mais presente no mundo”.

Marcelo diz que Portugal não pode esquecer prevenção pedagógica contra ódio, xenofobia e racismo

Na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo pelo Corpo Diplomático acreditado em Portugal, que decorre hoje no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou “um Portugal que, no essencial não muda: muito antigo e muito novo, muito sabedor e muito curioso, muito saudoso e muito alegre, muito discreto e muito acolhedor, muito pessimista e muito sonhador e aventureiro, muito individualista e muito solidário”.

O chefe de Estado destacou que o país vive “em democracia, há mais de 40 anos, com um sistema político estabilizado, finanças que vão conhecer um excedente nominal, aposta na dívida pública a descer, no emprego a crescer, no digital, nas energias renováveis e no turismo a inovar”.

“Alianças a aprofundar, parcerias a multiplicar, irmandades a estreitar, sempre procurando combater os flagelos da pobreza ou das desigualdades, ou da falta de coesa territorial, que atrasam o crescimento, mas sobretudo desumanizam o desenvolvimento”, enalteceu ainda.

Na perspetiva do Presidente da República, o país não pode “esquecer a prevenção pedagógica contra o ódio, a intolerância, a xenofobia, o racismo”, relembrando ainda “os 500 anos sobre a circum-navegação”, uma obra que considerou ser “de gente corajosa”.

No início do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que 2020 tenha começado “de modo propício” e com “prosperidade” para todos os elementos do corpo diplomático, como para os chefes de Estado daqueles países representados e para os próprios estados, um “voto amigo de Portugal e dos portugueses”.

“Disse bem: voto amigo de Portugal e dos portugueses porque a amizade é o sentimento que desde sempre assinala a nossa posição do mundo: fraternais com os nossos irmãos de língua, história e futuro, fiéis aos nossos aliados, leais para com os nossos parceiros, amigos de todos quantos se empenhem na construção de um mundo mais pacifico, mais justo, mais respeitador dos direitos humanos, mais atento ao desafio climático, mais dialogante, mais tolerante, mais atento às lições de há um século”, elencou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os portugueses foram e são assim e não tencionam “mudar de vida”.

“Por isso, apoiamos as organizações internacionais e cultivamos o direito internacional, queremos uma CPLP mais forte e aberta, uma União Europeia mais decidida, mais presente no mundo, mais próxima dos europeus, acolhemos com alívio o acordo com o Reino Unido como o melhor dos menos bons caminhos”, justificou.

Outra das provas de que Portugal não pretende “mudar de vida”, na perspetiva do chefe de Estado, é o facto de acompanhar “António Guterres nos seus apelos ambientais” e “ganhar folego com o bom senso nas relações comerciais entre os grandes do mundo”.

“Ansiamos por mais entendimento sobre migrações e refugiados”, assumiu.

Os portugueses, de acordo com o Presidente da República, desejam “boas notícias na vida dos povos latino-americanos” e nunca esquecem ou deixam de apoiar os “compatriotas que vão vivendo e por vezes com apertos de coração, maiores e mais longos, as vicissitudes do dia a dia, por exemplo na Venezuela”.

 

 

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