Marcelo Rebelo de Sousa anunciou durante a manhã desta quinta-feira, 4 de maio, que às 20h00 iria dirigir-se aos portugueses após o primeiro-ministro ter decidido manter João Galamba mesmo contra a vontade do presidente da República. Por volta das 18h30, o Presidente da República e António Costa reuniram-se no Palácio de Belém para a normal audiência semanal. Isto apesar do momento de enorme tensão política que se vive.

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“Como pode um ministro não ser responsável?”

“A autoridade para existir tem de ser responsável. Um governante sabe que ao aceitar sê-lo é responsável por aquilo que faz e não faz. Como pode um ministro não ser responsável por um colaborador que escolhera manter na sua equipa? Como pode não ser responsável por situações bizarras, inadmissíveis, rocambolescas ou deploráveis, suscitadas por esse colaborador, levando a apelar ao SIS que por definição estão ao serviço do Estado e não do Governo”, começou por dizer.

“Não se resolve apenas pedindo desculpa pelo sucedido, é pagar por aquilo que se faz ou deixou de fazer. Não se mistura política com a justiça, não se apaga dizendo que já passou, não passou”, alerta Marcelo e assume “divergências de fundo com o primeiro-ministro”. Garante que vai tirar ilações do que se passou. “No passado foi sempre possível acertar agulhas, desta vez não. Foi pena”, atira, destacando que não vai dissolver o Parlamento. “Os portugueses dispensam esses sobressaltos”. “Comigo não contem para criar esses conflitos institucionais”, adverte. O presidente da República concluiu a intervenção com o anúncio de que estará “ainda mais atento e interveniente à questão da responsabilidade política dos que mandam”.

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