Marcelo visita hoje memorial do 11 de Setembro e reúne-se com Guterres
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai visitar hoje o memorial do 11 de Setembro, em Nova Iorque, onde depois terá uma reunião com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai visitar hoje o memorial do 11 de Setembro, em Nova Iorque, onde depois terá uma reunião com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou no sábado aos Estados Unidos da América, onde ficará até quarta-feira, para participar no debate geral da 76.ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Hoje, pelas 11:00 locais (16:00 em Lisboa), o chefe de Estado irá prestar homenagem às vítimas do 11 de Setembro com a deposição de uma coroa de flores no memorial construído no local onde se situavam as Torres Gémeas — que o seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, também visitou, há dez anos.
Segundo o programa divulgado pela Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa estará com familiares de vítimas portuguesas e luso-americanas dos atentados terroristas de há vinte anos, que no total mataram quase três mil pessoas.
A sua reunião com António Guterres está marcada para as 17:20 locais (22:20 em Lisboa), no gabinete do secretário-geral da ONU.
No sábado, o Presidente da República defendeu que é necessário um reforço do diálogo e das organizações internacionais e que o terrorismo, o clima, as migrações, as pandemias e as crises económicas e sociais não podem ser enfrentados isoladamente por nenhum país.
No seu entender, “uma das lições destes 20 anos do 11 de Setembro, a grande lição, é que se pensou naquele momento que bastava ir a um ponto específico que era a origem daquilo que era considerado como o terrorismo mais perigoso para, demorando mais tempo ou menos tempo, extirpar ou liquidar o terrorismo”, mas “o terrorismo multiplicou-se, ganhou outras formas, e a intervenção tem de ser conjunta e à escala global”.
“Isto exige uma resposta diferente da comunidade internacional. Portanto, ao prestar-se homenagem às vítimas do 11 de Setembro temos de aprender a lição, que no 11 de Setembro começou a ser visível, de que há não um, há várias formas de terrorismo, não há uma localização precisa, há várias localizações na sua expansão, e que nenhuma potência, nenhum país, nem nenhuma coligação limitada consegue vencer, enfrentar os terrorismos, se não com a abertura a uma visão global, o reforço das organizações internacionais”, afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa irá intervir perante a Assembleia Geral da ONU na terça-feira, primeiro dia do debate geral entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros desta organização, a que Portugal aderiu em 1955.
Sobre o seu discurso, o chefe de Estado adiantou no sábado que irá “saudar muito especialmente o secretário-geral [da ONU, António Guterres] reeleito por aclamação”, considerando que isso constitui “um prestígio para Portugal e importa sublinhá-lo” e que irá “apoiar as prioridades dele para os próximos cinco anos”.
Há três meses, quando António Guterres prestou juramento para um segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU, em 18 de junho, Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente e falou perante a Assembleia Geral, elogiando a ação do antigo primeiro-ministro português à frente desta organização e o seu empenho no multilateralismo.
O segundo mandato de António Guterres como secretário-geral da ONU decorrerá do início de 2022 até ao fim de 2026.
Desde que Guterres iniciou o seu mandato à frente da ONU, em 01 de janeiro de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou sucessivas vezes o apoio de Portugal à sua agenda de defesa do multilateralismo, do diálogo e do combate às alterações climáticas — em divergência com as posições do anterior Presidente norte-americano, Donald Trump, que iniciou funções na mesma altura, em janeiro de 2017.
Em dezembro de 2020, o Presidente português anteviu “um horizonte de regresso ao multilateralismo” e um “novo tempo” para a ONU liderada por António Guterres, depois do “tempo perdido nos anos recentes”.
Nessa altura, Donald Trump tinha sido derrotado há cerca de um mês, por Joe Biden, atual Presidente dos Estados Unidos da América, nas eleições presidenciais norte-americanas.
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