Médio Oriente: Netanyahu escolhe ex-comandante naval para liderar serviço de segurança interna
O gabinete do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu anunciou a nomeação do ex-comandante da Marinha Eli Sharvit como o próximo diretor do serviço de segurança interna de Israel (Shin Bet).
A decisão foi tomada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, “depois de ter realizado extensas entrevistas com sete candidatos qualificados”, disse o gabinete de Netanyahu, num comunicado.
Na terça-feira passada, Netanyahu anunciou que iniciaria no dia seguinte entrevistas aos candidatos a substituir o diretor do Shin Bet, Ronen Bar, depois de o Supremo Tribunal ter rejeitado um recurso da Procuradora-Geral para impedir tais entrevistas.
O Governo, um dos mais à direita da história de Israel, anunciou na noite de 20 para 21 de março que ia demitir Ronen Bar, em quem Netanyahu disse já não confiar, enquanto milhares de israelitas se manifestavam em Jerusalém contra a sua demissão.
Foram interpostos cinco recursos judiciais contra a decisão governamental de demitir o responsável do Shin Bet.
O Supremo Tribunal rapidamente anunciou “uma medida provisória que suspende” a demissão de Ronen Bar, durante o período em que realiza audiências para analisar, até 08 de abril, os recursos.
A Procuradora-Geral da República, Gali Baharav-Miara, que desempenha também o papel de conselheira jurídica do Governo, avisou na altura Netanyahu de que a decisão do Supremo Tribunal o proibiria temporariamente de nomear um novo chefe para o Shin Bet.
Tal como Ronen Bar, também Baharav-Miara está na mira do Governo israelita.
Ela criticou abertamente a destituição do diretor do Shin Bet no plano jurídico e acusou Netanyahu de “conflito de interesses” neste caso.
Em dezembro de 2022, Baharav-Miara afirmou que o projeto de reforma da Justiça apresentado pelo Governo de Netanyahu ameaçava transformar Israel numa “democracia no nome mas não na essência”.
Essa reforma, que poria fim à independência do poder judicial, dividiu profundamente o país em 2023.
O Governo suspendeu-a oficialmente quando iniciou a guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, a 07 de outubro de 2023, na sequência do ataque de milícias do grupo a território israelita, horas antes, mas reativou nos últimos meses o projeto.
VQ (ANC) // VQ
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram